A safra de maçã no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, principais polos da fruta no país, registrou queda significativa nos últimos dois anos devido ao excesso de chuvas.
No ciclo 2024/2025, o Rio Grande do Sul colheu 420 mil toneladas, 210 mil toneladas a menos do que na safra 2020/2021, quando a produção atingiu sua capacidade plena de 620 mil toneladas.
Safra de maçã no Rio Grande do Sul

De acordo com Moisés Lopes de Albuquerque, diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), os dois estados concentram quase toda a produção nacional, com 48% da área plantada em cada um.
O impacto da queda na colheita levou o Brasil a retomar importações em nível elevado. Em 2024, o país adquiriu 235 mil toneladas de maçãs do exterior, quantidade muito acima da cota habitual de 50 a 60 mil toneladas e a maior registrada desde 1996.
O agronegócio da maçã no Brasil está concentrado principalmente na Região Sul, responsável por 98% da produção nacional. Santa Catarina é o maior produtor, com 572 mil toneladas colhidas em 16 mil hectares e valor estimado em R$ 1,15 bilhão, representando 58% da produção nacional. O Rio Grande do Sul aparece em seguida, com 435 mil toneladas e R$ 716 milhões em valor de produção, equivalente a 36% do total.

Outros estados produtores incluem Paraná, com 29 mil toneladas; Minas Gerais, com 5,7 mil toneladas; e São Paulo, com 4,7 mil toneladas.
Entre 2018 e 2022, o setor registrou crescimento no valor de produção de 43%, com Minas Gerais liderando a expansão, com alta de 300%, seguida de Santa Catarina, com 97%. O Rio Grande do Sul, por outro lado, sofreu retração de 36% entre 2021 e 2022, devido aos eventos climáticos adversos.
Com a estabilização do clima prevista para os próximos meses, especialistas esperam a recuperação gradual da produção e o retorno aos níveis de safra plena, consolidando o Sul como principal celeiro nacional da maçã.