O Projeto Campo Futuro, que monitora custos e produtividade dos grãos, realizou nesta semana uma série de levantamentos em São Paulo, Goiás e no Distrito Federal.
As análises contemplaram culturas como amendoim, soja, milho, feijão, trigo, sorgo e algodão, com apoio de federações estaduais, sindicatos rurais e instituições de pesquisa.
Produtividade dos grãos

Em Tupã (SP), na última quarta-feira (28), os dados destacaram os impactos do clima irregular sobre a produção de amendoim. A estiagem prolongada pelo segundo ano consecutivo resultou em produtividade abaixo do esperado, com média de 300 sacas por hectare, bem distante das 450 sacas consideradas referência técnica.
A instabilidade climática também comprometeu a qualidade dos grãos e aumentou o risco de aflatoxina, o que vem limitando o destino comercial e direcionando parte da produção para a indústria de óleo.
Na terça-feira (29), em Campos de Holambra (SP), a análise também mostrou bom desempenho nas lavouras irrigadas. A soja de verão produziu 85 sacas por hectare e a segunda safra irrigada chegou a 75 sacas. O milho verão registrou 190 sacas, enquanto o milho safrinha atingiu 160.
O algodão alcançou produtividade de 150 sacas de pluma por hectare, com rendimento de 45%. O feijão de inverno rendeu 55 sacas por hectare, o trigo, 78 sacas, e o sorgo, 100.
Por sua vez, no município de Rio Verde (GO), o levantamento foi realizado na quarta-feira (30) e a produtividade média da soja foi de 67 sacas por hectare, prejudicada pela presença de plantas daninhas.
A equipe também avaliou uma experiência local de cultivo biológico, com uso de compostos orgânicos e bioinsumos. O custo foi semelhante ao sistema convencional, apesar da maior necessidade de aplicações, e a produtividade foi apenas duas sacas inferior.
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Já em Cristalina (GO), foram analisadas lavouras de soja sequeiro, que produziram em média 68 sacas por hectare. Áreas mais precoces alcançaram até 75 sacas, enquanto a soja irrigada chegou a 82 sacas por hectare.
O feijão das águas teve bom desempenho, com 48 sacas por hectare. Já o milho segunda safra apresentou diferenças marcantes: 100 sacas no sistema sequeiro e 165 sacas no irrigado. O sorgo teve média de 90 sacas e o trigo sequeiro, de 35 sacas por hectare.
Por fim, no Distrito Federal, o levantamento foi realizado na sexta-feira (1º), na região do PAD-DF. A soja sequeiro alcançou média de 72 sacas por hectare, com melhor desempenho em lavouras precoces. Já a irrigada chegou a 83 sacas.
O milho verão surpreendeu com 210 sacas por hectare. Na segunda safra, o milho irrigado atingiu 175 sacas e o sequeiro, 130. O feijão da primeira safra produziu 45 sacas, enquanto o de inverno, afetado pela mosca branca, chegou a 50. O trigo irrigado teve alta produtividade, com 115 sacas por hectare, e o sorgo se manteve na média de 100 sacas.