Foi publicado no Diário Oficial da União o registro de 23 produtos formulados, ou seja, defensivos agrícolas que vão auxiliar no manejo integrado de pragas da citricultura, fruticultura e da cultura do milho e do café no Brasil.
Desta forma, os produtos estarão efetivamente disponíveis para o uso pelos agricultores. Entre eles, oito são classificados como de baixo impacto.
Registro de defensivos agrícolas
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), dos registros aprovados, quatro produtos contêm ativos novos, sendo dois de origem química e enquadrados pela Anvisa na categoria 5, a menor classe de risco toxicológico, considerados improváveis de causar danos agudos.
Os outros dois apresentam recomendação específica para a cultura dos citros, que tem enfrentado sérios problemas fitossanitários nos últimos anos, impactando a produtividade.
Entre os defensivos agrícolas de baixo impacto aprovados, destaca-se um formulado à base de dimpropiridaz, destinado ao controle de pragas como a mosca-branca (Bemisia tabaci), a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) e o psilídeo (Diaphorina citri), vetor do Greening.
Esse produto age paralisando a alimentação dos insetos, o que reduz significativamente a transmissão de vírus e bactérias. Sua distribuição sistêmica, com efeito translaminar, e a ausência de resistência cruzada com outras ações fazem dele uma ferramenta eficaz para o manejo de resistência em estratégias de alto risco fitossanitário.

Outro produto de baixo impacto registrado utiliza um peptídeo que ativa o sistema imunológico das plantas cítricas, diferenciando-se de outros indutores de resistência sistêmica adquirida (SAR) pelo seu mecanismo de “arrasto energético”. Ele confere proteção contra duas bactérias que representam os maiores desafios da citricultura brasileira: a Xanthomonas citri subsp. citri, causadora do câncer cítrico, e a Liberibacter asiaticus, responsável pelo Greening.
Também foi registrado um produto fitoquímico formulado com óleo de café e de eucalipto, indicado para o controle de Bemisia tabaci bitipo B na soja e Dalbulus maidis no milho.
Outro destaque é um defensivo à base de ácido nonanóico, desenvolvido para combater o broca-do-café (Hypothenemus hampei), uma praga presente em todas as regiões de café do mundo. Essa praga é especialmente preocupante, pois ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, incluindo grãos já secos.
Os demais produtos registrados utilizam ingredientes ativos já conhecidos e previamente aprovados no país.
