Os produtores de feijão em Goiás contam agora com uma nova estratégia para diminuir os impactos negativos causados pelas variações climáticas.
Uma pesquisa conduzida por especialistas da Embrapa, em conjunto com a Universidade Federal de Goiás (UFG), definiu os períodos mais indicados para o cultivo do feijão das águas em 28 municípios goianos.
Por meio de simulações realizadas com um modelo computacional avançado, os pesquisadores constataram que o momento da semeadura pode influenciar diretamente a produtividade, variando de acordo com a localização.
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Períodos para plantio de feijão em Goiás

A ferramenta utilizada nas simulações foi o modelo CSM-CROPGRO-Dry Bean, desenvolvido por instituições internacionais como a Universidade da Flórida (EUA) e o Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), na Colômbia.
Esse sistema permite integrar informações sobre clima, tipo de solo, características das variedades cultivadas e práticas de manejo, indicando os intervalos de plantio com menor exposição a condições climáticas adversas e, portanto, com maiores chances de bons resultados no campo.
Em Goiás, o cultivo do feijão das águas costuma coincidir com o início do período chuvoso, geralmente entre o final de outubro e dezembro. Contudo, a distribuição das chuvas varia bastante entre as regiões do estado, o que torna importante a identificação de janelas de plantio com maior oferta hídrica para reduzir perdas na produção.
Para essa análise, foram testadas oito datas de semeadura, espaçadas a cada dez dias entre o fim de outubro e o final de dezembro, em 28 municípios representativos da produção estadual. As simulações incluíram projeções de produtividade e riscos climáticos associados a cada data.
Nas cidades localizadas no leste goiano, observou-se que o atraso na semeadura tende a elevar as perdas produtivas. Nesses locais, o plantio é mais vantajoso quando realizado entre 20 e 30 de outubro ou até 10 de novembro.
Já nas regiões do oeste do estado, o cenário é inverso, quanto mais tardia a semeadura, especialmente entre o fim de novembro e dezembro, menor o risco de quebra, o que aponta para uma estratégia diferente de calendário agrícola.
Veja os municípios onde o atraso no plantio tende a aumentar a quebra de produtividade:

- Água Fria de Goiás
- Cabeceiras
- Campo Alegre de Goiás
- Catalão
- Cristalina
- Flores de Goiás
- Formosa
- Leopoldo de Bulhões
- Luziânia
- Planaltina
- São João d’Aliança
- São Miguel do Passa Quatro
- Silvânia
- Sítio d’Abadia
- Vianópolis
Municípios onde o atraso na semeadura tende a reduzir perdas:
- Alto Paraíso de Goiás
- Caiapônia
- Chapadão do Céu
- Gameleira de Goiás
- Ipameri
- Jataí
- Mineiros
- Montividiu
- Niquelândia
- Padre Bernardo
- Perolândia
- Rio Verde
- Santo Antônio do Descoberto.