Fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa acompanham, em diferentes regiões de Goiás, o monitoramento da mosca-branca (Bemisia tabaci) e de viroses associadas à cultura do feijão.
A atividade ocorre em 12 municípios com histórico de cultivo em pelo menos duas safras: Campo Alegre de Goiás, Água Fria de Goiás, Catalão, Alto Paraíso de Goiás, Ipameri, Cabeceiras, Jataí, Cristalina, Mineiros, Formosa, Rio Verde e São João d’Aliança.
Mosca-branca

A ação, realizada em cooperação com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Embrapa Arroz e Feijão e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), atende a uma exigência técnica após a suspensão temporária do vazio sanitário do feijão em parte do território goiano.
Dos municípios avaliados, apenas Jataí, Mineiros e Rio Verde mantêm a obrigatoriedade da medida. O objetivo é levantar dados técnicos que permitam avaliar os efeitos da suspensão e orientar futuras decisões.
De acordo com Leonardo Macedo, gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, a mosca-branca representa uma ameaça significativa ao feijoeiro, tanto por danos diretos à planta quanto pela transmissão de viroses, como o mosaico dourado. A presença elevada desse inseto pode comprometer o desenvolvimento da lavoura e reduzir a produtividade.
Mesmo com a suspensão do vazio sanitário em parte do estado, a orientação é de que os produtores mantenham os cuidados recomendados para reduzir os riscos fitossanitários. O monitoramento busca acompanhar de forma próxima a situação nas áreas de cultivo.
Protocolo

Segundo Mário Sérgio de Oliveira, coordenador do Programa de Grandes Culturas da Agrodefesa, o monitoramento segue um protocolo técnico da Embrapa, com coletas em duas etapas, aos 20 e aos 45 dias após o plantio.
As análises laboratoriais são feitas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), a fim de identificar a ocorrência de vírus como o mosaico dourado e o carlavírus. Os resultados comporão um relatório técnico que servirá de base para revisar ou manter a suspensão do vazio sanitário.
Desde os anos 1970, a mosca-branca é reconhecida como uma das pragas mais prejudiciais ao feijoeiro no Brasil. Além da transmissão de doenças, a praga favorece o surgimento de fungos que afetam funções vitais das plantas, como a fotossíntese.
O vazio sanitário do feijão foi implementado em Goiás há uma década como estratégia de controle. Em 2024, a medida foi aplicada de 20 de setembro a 20 de outubro em 57 municípios, conforme a portaria nº 1.107, de 8 de maio de 2024, do Mapa.
Para os demais, a suspensão temporária foi autorizada mediante o compromisso da Agrodefesa de realizar monitoramentos técnicos que embasem uma reavaliação da medida.