O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,48% em setembro, após queda de 0,14% em agosto.
O resultado refletiu principalmente o aumento nos custos de habitação, impulsionado pela energia elétrica, enquanto alimentação e bebidas voltaram a apresentar queda, segurando a inflação.
IPCA-15 de setembro

No grupo Habitação, o impacto mais significativo veio da energia elétrica residencial, que subiu 12,17% após a incorporação do fim do Bônus de Itaipu e a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionando R$ 7,87 a cada 100 Kwh consumidos. Reajustes de tarifas em cidades como Belém e Curitiba também pressionaram o índice. A água e esgoto tiveram leve alta de 0,02%, com destaque para Salvador e Curitiba, e o gás encanado subiu 0,19%.
Em Alimentação e Bebidas, os preços seguiram em queda, com recuo de 0,35%. Dentro do domicílio, os alimentos mais afetados foram tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%), enquanto as frutas subiram 1,03%
Fora do domicílio, a alimentação desacelerou, com alta de 0,36%, influenciada por aumentos mais suaves em lanches e refeições. Esses números reforçam o papel da produção agrícola na contenção da inflação e na oferta de produtos essenciais.
Outros setores também apresentaram variações. O vestuário subiu 0,97%, com destaque para roupas femininas e calçados, e Saúde e Cuidados Pessoais avançou 0,36%, principalmente por reajustes de planos de saúde.
Transportes recuou 0,25%, impulsionado pela queda no seguro de veículos e passagens aéreas, e pela gratuidade parcial no transporte público em algumas capitais, embora combustíveis como diesel e etanol tenham registrado pequenas altas.
Recorte regional

No recorte regional, todas as 11 áreas pesquisadas tiveram alta em setembro. Recife registrou a maior variação (0,80%), pressionada por energia elétrica e gasolina, enquanto Goiânia teve a menor alta (0,10%), refletindo a queda nos preços da gasolina e do tomate.
O resultado reforça que, mesmo com aumentos relevantes em energia, habitação e vestuário, a boa safra e a oferta de alimentos básicos ajudaram a frear o avanço da inflação, aliviando o impacto sobre o bolso do consumidor.