A produção de trigo em Goiás deve atingir 183,9 mil toneladas na safra 2023, é o maior o volume da série histórica da cultura, iniciada no ano de 1982. A análise é da Gerência de Inteligência de Mercado da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base os dados divulgados em junho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O recorde é principalmente pelo aumento da área plantada de trigo no estado. Nesta safra é esperado o plantio de 80 mil hectares, que também representa a maior área do cereal já registrada, que se confirmada, terá expansão de 33,3% comparada à safra anterior.
Produção de trigo em Goiás
Com relação ao ciclo anterior de 2022, o volume estimado para a produção goiana de trigo neste ciclo, aponta um crescimento de 36,2%.
“Tudo indica que vamos colher um resultado histórico na produção de trigo, e assumir a sexta posição no ranking dos Estados produtores. Quer dizer que o produtor goiano identificou uma oportunidade de mercado e está investindo nela”, comemora o secretário da Seapa, Pedro Leonardo Rezende.
O Brasil deve semear 3,4 milhões de hectares, representando um crescimento de 9,7% na área plantada, podendo alcançar uma produção de 9,8 milhões de toneladas, se espera uma queda de 7,4% no volume com relação à última safra.
Pesquisa impulsiona produção
O trigo cultivado no período da segunda safra ou safrinha, sem irrigação após a colheita da soja, vem ganhando cada vez mais espaço nas lavouras do Cerrado do Brasil Central.
Em todos os estados que compõem o bioma Cerrado, estima-se que nesta safra devem ser plantados cerca de 200 a 250 mil hectares do cereal na região, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
O cultivo tem avançado entre agricultores que buscam diversificar culturas, mitigar problemas e diminuir riscos ou para aproveitar áreas que ficariam em pousio ou seriam cultivadas com plantas de cobertura.
Com o desenvolvimento de cultivares mais adaptadas à região, o trigo tem sido cultivado no sistema de plantio direto, em sucessão à soja e em rotação com o milho e o sorgo.
A inserção do cereal em rotação no sistema, tem proporcionado inúmeros benefícios agronômicos como: quebra do ciclo de pragas e doenças na área, principalmente fungos de solo, plantas daninhas e nematoides.
Outro benefício é fazer a rotação de princípios ativos de defensivos agrícolas, como herbicidas que podem agir no controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato usado nas lavouras de soja RR, além do controle de plantas de soja germinadas após a colheita, contribuindo com o vazio sanitário da cultura e para eliminar plantas tigueras de cultivos de milho na área.
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