Os produtores de arroz que adquiriram contratos nos leilões de Opção de Venda promovidos pelo governo federal têm até a próxima sexta-feira (25) para optar pela entrega antecipada do grão à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A operação deve ser realizada por meio das Bolsas de Mercadorias envolvidas nas negociações, e os agricultores interessados devem procurar as corretoras que os representaram nos certames.
Produtores de arroz

A possibilidade de antecipação busca garantir uma remuneração mínima aos produtores, em meio à queda nos preços do arroz provocada pela chegada da nova safra ao mercado.
Neste primeiro momento, a entrega está liberada para agricultores da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, além de produtores do Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, regiões onde a colheita já deve estar concluída até o final de abril, segundo estimativas da Conab.
Ao optar pela entrega antecipada, o produtor recebe um valor fixado em contrato, mas com desconto proporcional ao tempo restante até o prazo regular de venda. No Rio Grande do Sul, por exemplo, quem vender o arroz no início de maio receberá R$ 81,26 por saca de 50 quilos, valor acima da cotação atual, que gira em torno de R$ 76,38.
Os contratos foram negociados em três leilões realizados em dezembro do ano passado, totalizando 3.396 contratos, o equivalente a cerca de 91,7 mil toneladas de arroz. A medida foi desenhada para proteger a renda do setor diante da possibilidade, agora concretizada, de retração nos preços, tanto no mercado interno quanto externo.

O cenário de queda nos valores é influenciado por uma boa safra global, com destaque para países asiáticos que retomaram as exportações, aumentando a oferta internacional do grão.
Além de proteger a renda dos agricultores, a iniciativa faz parte da estratégia do governo para recompor os estoques públicos de alimentos e estimular a produção rural com base na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
Por meio do Contrato de Opção de Venda (COV), os produtores garantem, com antecedência, um valor mínimo de venda ao governo federal. A ferramenta funciona como uma espécie de seguro contra a desvalorização do produto no mercado.