A variação negativa, relacionada a queda na produção de soja no Oeste baiano, se estende a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
As perdas nas lavouras são causadas pela redução no rendimento médio do produto, que passou de 3.972 kg/hectare para 3.895 kg/hectare.
Essa redução contribui para uma queda de 1,3% na safra nacional de soja em 2024, resultando em uma produção de 149,8 milhões de toneladas em todo o país.
Mesmo com essa redução, a produção de soja, segundo o IBGE, ainda representa quase a metade de toda a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do Brasil.
Outras culturas no Oeste Baiano
O estado da Bahia também enfrentará reduções na produção de milho. A primeira safra terá uma redução de 6,2%, chegando a 2,204 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra terá uma redução de 8,6%, chegando a 681,2 mil toneladas. Nacionalmente, a previsão é de crescimento na produção da primeira safra de milho (+4,1%), mas queda na segunda safra (-8,2%).
O IBGE também informou que a Bahia terá uma queda de 0,8% na produção de algodão herbáceo, passando de 1,741 milhão para 1,728 milhão de toneladas entre 2023 e 2024.
Apesar da queda, o estado continuará sendo o segundo maior produtor de algodão do país, concentrando 23,5% da produção, atrás apenas de Mato Grosso.
A previsão para o Brasil como um todo é de uma produção de 7,4 milhões de toneladas de algodão em 2024, uma redução de 3,0% em relação a 2023.
Estados enfrentarão desafios na produção de grãos
As condições climáticas afetam diretamente a produção agrícola e os estados do Matopiba, por compartilharem características semelhantes nesse aspecto, enfrentarão desafios na produção de grãos.
O levantamento do IBGE indica que as perdas serão semelhantes entre esses estados. Em Pedro Afonso, uma das principais regiões de produção de soja no Tocantins, já foi concluído o plantio em 98% de uma área total de 75 mil hectares. No entanto, é esperada uma perda de produtividade de 20% devido às condições climáticas desfavoráveis durante o período de plantio.
É importante destacar que, até o momento, 25% da safra que será colhida já foi comercializada. Isso significa que os produtores já venderam uma parte significativa da produção antes mesmo da colheita. Essa estratégia pode ser uma forma de mitigar os possíveis impactos das perdas esperadas na produtividade.
Ricardo Khoury, presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), explica que, é preciso acompanhar de perto a colheita e a comercialização da safra restante, levando em consideração as condições climáticas e os preços de mercado.