A safra de trigo começa a ganhar ritmo no Sul do Brasil, região responsável por mais de 80% da produção do cereal no país.
A área plantada deve encolher nesta temporada, mas as previsões indicam um cenário climático neutro, considerado positivo para as culturas de inverno e que pode favorecer rendimentos superiores a 50 sacas por hectare.
Safra de trigo

Levantamentos preliminares apontam retração na área cultivada nos dois principais estados produtores. No Paraná, a projeção é de uma queda de 20% em relação ao ciclo anterior, com a cultura ocupando 912 mil hectares, o menor nível desde 2012.
Conforme dados do Deral/PR, esse recuo se deve a frustrações com o clima nas últimas safras, altos custos com seguro agrícola e à maior rentabilidade do milho safrinha, que concorre com o trigo, especialmente nas regiões Norte e Oeste do estado.
Apesar disso, a produtividade pode subir 36%, alcançando cerca de 50 sacas por hectare, já que em 2024 a seca comprometeu severamente o desempenho das lavouras.
No Rio Grande do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um recuo de 10,9% na área plantada, que deve totalizar 1,2 milhão de hectares. A expectativa, no entanto, é de aumento de 8% na produtividade, superando as 50 sacas por hectare.
Geadas

Para esta temporada, as geadas devem ocorrer dentro da normalidade regional, começando no outono nas áreas mais altas e se intensificando durante o inverno, com redução na primavera.
O impacto das geadas varia conforme o calendário de plantio. As maiores perdas costumam ocorrer quando a fase de espigamento coincide com as baixas temperaturas, sendo no final de julho no norte do Paraná, em agosto na região Noroeste do Rio Grande do Sul, e a partir de setembro no Planalto gaúcho.
Para reduzir os riscos, os técnicos recomendam práticas como o escalonamento da semeadura, uso de variedades com ciclos distintos e respeito às indicações do zoneamento agrícola, que orienta a época mais adequada para o cultivo em cada região.
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