O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que o próximo trimestre terá a combinação de três fatores, que podem impactar de certa forma a agropecuária brasileira: mais calor, menor volume de chuva e umidade do solo, em várias regiões produtoras do Brasil.
No Boletim Agroclimatológico Mensal, a entidade avalia as condições climáticas que indicam que abril, maio e junho terá chuvas abaixo da média, temperatura acima do esperado e menores níveis de armazenamento de água no solo no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, o que é esperado para o fim do período chuvoso em várias regiões.
Só no Sul, são esperadas chuvas acima da média, com bons níveis de umidade no solo, mas a temperatura segue acima do esperado para o trimestre.
Previsão para o Brasil: chuva, calor e menos umidade
Região Norte
A previsão indica chuvas abaixo da média em grande parte da Região Norte, ainda por conta dos impactos que o El Niño. Em áreas do oeste do Amazonas e do Acre, além do norte de Roraima e do Amapá, são previstas chuvas próximas ou ligeiramente acima da média, com o aquecimento do Atlântico Tropical.
A temperatura do ar deve ficar acima da média em toda a região, mas há possibilidade de temperaturas maiores no sul da Amazônia a partir de maio, com a redução das chuvas.
Há possibilidade de queda dos níveis de umidade no solo no sul da região amazônica nos próximos meses, principalmente em maio. Cenário oposto é previsto para a parte centro-norte da região.
Região Nordeste
No Nordeste, há possibilidade de chuvas abaixo da média, principalmente nos meses de maio e junho. No norte e leste da região, não se descartam chuvas mais volumosas no principalmente em abril com o aquecimento do Atlântico Tropical. A temperatura do ar, deve ser acima da média histórica, principalmente no interior da região, por conta da redução das chuvas a partir de maio.
A previsão para abril indica níveis de água no solo elevados no norte do Maranhão, Piauí, Ceará e costa leste do Nordeste. Para maio e junho, deve acontecer uma redução dos níveis de umidade no solo no interior da região, no sudeste do Piauí, norte da Bahia, sul do Ceará e oeste de Pernambuco.
Região Centro-Oeste
No Centro-Oeste, há a tendência de chuvas próximas e abaixo da média em grande parte da região, exceto em áreas do centro-sul de Mato Grosso do Sul, onde a previsão é de chuvas ligeiramente acima da média. Na região, é comum a partir de maio as chuvas reduzirem.
As temperaturas devem ser acima da média climatológica nos próximos meses, com possibilidade de dias de excesso de calor em algumas áreas.
Com a alta temperatura e redução das chuvas nos próximos meses, prevê-se uma redução dos níveis de água no solo em praticamente toda a região, exceto no sul de Mato Grosso do Sul.
Região Sudeste
A previsão para o trimestre indica chuvas próximas e abaixo da média em grande parte de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, enquanto em São Paulo e sul de Minas Gerais, há possibilidade de chuvas ligeiramente acima da média. Assim como no Centro-Oeste, nesta época há uma redução das chuvas a partir de maio.
As temperaturas devem permanecer acima da média nos próximos meses em grande parte da região, principalmente no oeste de Minas Gerais.
Os níveis de água no solo devem seguir elevados no leste de São Paulo e sul de Minas Gerais em abril e maio. Nas demais áreas, há previsão de umidade menor no solo, com tendência de redução dos níveis em maio e junho, no norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
Região Sul
Já na Região Sul, a previsão indica maior probabilidade de chuvas acima da média nos três estados da região, principalmente no centro-leste. A temperatura do ar deve prevalecer acima da média em toda a região, principalmente no Paraná.
No centro-sul e leste do Rio Grande do Sul, além do leste de Santa Catarina, são previstas temperaturas próximas à média. Massas de ar frio devem reduzir as temperaturas para cerca de 15°C em áreas serranas, com possibilidade de geadas.
Há a tendência de bons níveis de umidade no solo em grande parte da Região Sul nos próximos meses, favorecendo o manejo e desenvolvimento dos cultivos. Restrições hídricas ainda podem ocorrer em abril, no oeste do Paraná e extremo sul do Rio Grande do Sul.