Uma iniciativa inédita voltada para a recuperação de solos degradados está chegando às comunidades rurais de Mato Grosso.
Lançado neste sábado (24), no Assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde (MT), o Programa Solo Vivo pretende transformar a realidade de até mil famílias agricultoras com apoio técnico, capacitação e acesso a tecnologias antes restritas aos grandes produtores.
Com investimento inicial de R$ 42,8 milhões, o projeto vai atuar diretamente em 10 assentamentos, distribuídos pelos municípios de Campo Verde, Alto Araguaia, Poconé, Rosário Oeste, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia, Matupá, Juína, Pontes e Lacerda e São José dos Quatro Marcos. As propriedades atendidas têm, em média, de 10 a 15 hectares.

Solo Vivo
O Solo Vivo é fruto da articulação entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Mato Grosso (Fetagri-MT) e o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT). A proposta une ciência e desenvolvimento social, oferecendo desde análises laboratoriais dos solos até a capacitação das famílias para corrigir e cuidar da terra.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçou que o programa busca corrigir desigualdades históricas no campo.
“Mato Grosso é um estado que bate todos os recordes de produção, mas também é um estado de grandes desigualdades. Nem todos aqui têm as mesmas condições de produzir. E é por isso que estamos lançando o Programa Solo Vivo, para que os pequenos produtores tenham acesso às mesmas tecnologias que os grandes,” destacou.
O IFMT será responsável por coletar amostras de solo, fazer análises laboratoriais e indicar as correções necessárias — como o uso de calcário ou fosfato —, além de sugerir as culturas mais adequadas para cada tipo de solo.
Além das ações de campo, o Solo Vivo oferece formação técnica gratuita. Mais de 180 pessoas já participam do curso online “Metodologia Solo Vivo: Da Coleta de Amostras à Análise de Solo”, desenvolvido pelo IFMT, com o objetivo de multiplicar o conhecimento no estado e, futuramente, em outras regiões do país.

Durante o evento, foram realizadas entregas de máquinas agrícolas pelo Programa Estratégico de Fortalecimento Estrutural de Assentamentos Rurais e Sustentabilidade da Agricultura Familiar.
O evento também marcou a entrega de 78 títulos de domínio para famílias dos assentamentos Santo Antônio da Fartura (Campo Verde) e Salete Strozac (Guiratinga). ). A regularização das terras, que somam uma área de 1.764,86 hectares, representa mais segurança jurídica para os agricultores, acesso facilitado a políticas públicas e crédito rural, além de gerar mais estabilidade e desenvolvimento econômico para as comunidades. O investimento total na regularização supera R$ 397 mil.