Dentre as vertentes do agronegócio ainda existem muitas atividades pouco exploradas, dentre elas encontra-se a criação de ostras. Diferentemente da pecuária e agricultura a criação de ostras é específica para produtores residentes no litoral, sendo uma excelente fonte de renda para quem pretende se aventurar no manejo do molusco.
Os materiais necessários para dar início à atividade são fáceis de serem adquiridos, além de possuir um baixo custo de instalação. Vale lembrar que para que estes custos estejam dentro do orçamento do produtor, é preciso que seja feito uma pesquisa de mercado previamente. O cultivo de moluscos é uma das possibilidades oferecidas pela pesca artesanal.
O litoral brasileiro possuí uma extensão aproximada de 8,4 mil quilômetros, desta forma a população litorânea possui um grande potencial para desenvolver está atividade. Todavia, é importante salientar que as formas de cultivo e espécies variam de acordo com a região onde serão produzidas. Em relação ao gosto do alimento, este também pode sofrer alterações dependendo da forma e local de criação.
Se a preocupação do produtor diz respeito à comercialização do produto, este pode ficar tranquilo. Devido ao seu alto teor de vitaminas e o baixo nível de gordura, as ostras têm ganhado cada vez mais espaça dentro da gastronomia mundial. Muitas pessoas ao redor do mundo têm consumido o produto como uma forma de combate à anemia e como reposição nutricional devido a doenças como tuberculose, osteoporose e inapetência.
Como iniciar a criação de ostras
A criação de ostras começa com a expedição de uma autorização junto ao governo federal e a obtenção de uma licença ambiental. A exigência da autorização existe, pois, o cultivo é feito em águas do governo. Em relação à documentação necessária, o produtor pode solicitar orientações nos órgãos de extensão rural ou no Ministério da Pesca e Aquicultura.
Depois das licenças expedidas é preciso que o criador escolha a espécie para iniciar a atividade, entretanto a espécie a ser cultivada vai depender da região onde será feita a criação. Para a região Sul do país, por exemplo, a espécie mais indicada é a ostra-japonesa, devido às suas características e necessidades de águas em baixa temperatura. Já na região Norte e Nordeste as espécies que melhor se adaptam são as ostras nativas.
Os produtores de ostras denominam os moluscos mais jovens como “sementes”. Para ser considerado como semente, as ostras mais jovens devem ter no máximo três centímetros, podendo ser adquiridas em universidades com pesquisas voltadas para a espécie. Outra forma de conseguir as sementes é através da aquisição direta na natureza através da utilização de coletores artificiais.
Em relação aos métodos de criação, cada espécie possui um método diferente, sendo necessário que o produtor se oriente melhor sobre qual método se encaixa mais em sua criação. As ostras-japoneses, por exemplo, precisam ser criadas em estruturas fixas em baías e sustentadas com a ajuda de flutuadores amarrados, conhecidas como long-lines ou longas linhas, sua dimensão variando de acordo com o local.
O sistema de criação conhecido como travesseiros consiste na utilização de sacos feitos em malha grossa, onde as ostras jovens serão colocadas. Este modo de criação é indicado para a criação de ostras nativas na região de mangues. Todavia, pode ser utilizado para o manejo de ostras-japonesas no mar. É importante que os sacos sejam mantidos em profundidade, de forma que as sementes fiquem submersas, ficam fora da água apenas durante as grandes marés ou de lua para que o manejo seja feito.
Dentre os cuidados que a criação de ostras precisa estão a proteção contra fortes ventos e ondas no local da criação, sendo as correstes e o fluxo de marés suficientes para que a água seja renovada. A salinidade e temperatura das águas devem ser mantidas em condições propícias para o crescimento e desenvolvimento das ostras. Outro ponto que o produtor deve se atentar é se está havendo a disponibilidade de nutrientes necessária para a produção de plâncton e se a criação está longe de fontes poluidoras.
O sistema de reprodução das ostras, estas possuem sexo diferentes em cada indivíduo podendo ocorrer a mudança de sexo quando submetidas à algumas condições. Biologicamente falando a reprodução destes moluscos acontece quando os espermatozoides liberados nas águas do mar, pelos machos, encontram os ovócitos expelidos pelas fêmeas, ocorrendo assim a fecundação. Após a formação das células-ovo é iniciado o processo de evolução pata largas que, depois de um determinado tempo, buscarão um substrato para se fixar.