O Dia Internacional da Mulher Rural é celebrado no dia 15 de outubro e uma pesquisa aponta que, apesar de sentir orgulho da profissão, mulheres ainda cobram mais igualdade e visibilidade no campo, realidade que ainda se mostra distante.
A conclusão é de uma pesquisa divulgada na quinta-feira (14/10), sobre a participação feminina no agronegócio, realizada pelo movimento Agroligadas, em parceria com a Corteva Agriscience, Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e o Sicredi. Ao todo, 408 mulheres foram entrevistadas, com média de idade de 40 anos.
Dia Internacional da Mulher Rural: mulheres se orgulham das atividades no campo
Segundo dados da pesquisa, 93% das mulheres entrevistadas se orgulham do trabalho que exercem no campo. Entretanto, 64% apontaram que não sentem igualdade de gênero, realidade que deve ser vivida em menos de dez anos, segundo 21% das entrevistadas.
A maioria das mulheres que responderam a pesquisa (79%), acredita que a situação atual é melhor do que há uma década, mas ainda é preciso dar mais visibilidade aos projetos desenvolvidos pela classe feminina.
Quanto a questão salarial, 54% das entrevistadas acreditam que ganham menos que os homens, além disso, um terço das mulheres também disseram que o acesso a financiamento apresenta dificuldade maior em relação ao homens.
Questionadas sobre as preocupações na produção rural, 95% disseram que prezam pelo bom desempenho dos negócios, 93% pela estabilidade financeira, 92% pela realização profissional e 83% pelo futuro dos filhos.
Aumento de mulheres na agropecuária
É fato que, ao longo das décadas, mais mulheres começaram a aparecer mais no campo de trabalho, buscando mais valorização profissional e igualdade na sociedade. No agronegócio, a situação não seria diferente. Estudos já revelam um aumento significativo da mulher no campo e a tendência segue em ascensão.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA–Esalq/USP), apontam que, entre 2004 e 2015, o número de mulheres que trabalhavam no agronegócio no Brasil passou de 24,1% para 28%, um aumento de 8,3%, levando em considerações setores de insumo, agropecuária, agroindústria e agrosserviços.
Já à nível global, a representatividade feminina é ainda maior, representando 43% da força rural, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).