De acordo com um estudo realizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log) o frete rodoviário das principais rotas de grãos subiu em média 13% no acumulado deste ano. Além de um aumento de mais de 30% na comparação com igual período do auge da safra 2020/21.
As estimativas se referem à média de preços do mercado interno, no qual o aumento do frete rodoviário foi causado pelas altas consecutivas do óleo diesel e pela maior demanda para escoamento da safra de verão.
Segundo especialistas em logística, a probabilidade é de que os preços retrocedam nos meses de outubro, novembro e dezembro, mas ainda permaneçam elevados na comparação com os valores do ano passado.
Inflação do frete
Dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que o custo para transporte de soja de Sorriso em Mato Grosso para Santos em São Paulo subiu 16% de janeiro a 7 de outubro deste ano, atingindo a média de R$ 331,84 por tonelada.
Já de Sorriso para Miritituba no Pará, o frete subiu 40% no ano, alcançando em média R$ 182,57 por tonelada no último dia 7 de outubro.
Os trechos de Sorriso, Santos e Miritituba são considerados referência no mercado brasileiro, sendo que o de Sorriso é o maior município produtor de soja e milho do Brasil, e Santos e Miritituba são os principais portos utilizados para exportação de grãos do Centro-Oeste.
Estes trechos possuem mais de 2 mil quilômetros e são rotas realizadas com modal misto, ou seja, rodoviário/ferroviário e rodoviário/hidroviário.
As três principais justificativas para a inflação do frete, segundo os especialistas, são o atraso na janela da soja da safra 2020/21, que levou à concentração de grãos no mesmo período para escoamento; a valorização dos grãos diante do dólar apreciado ante o real, que aumentou a demanda para transporte fazenda-porto; e aos sucessivos aumentos do diesel.
* Informações via Canal Rural