Pesquisadores brasileiros encontraram uma espécie de onça-pintada na região da Serra do Mar paranaense, área de Mata Atlântica, que tinha sido considerada extinta na região. Já chega a sete o número de animais registrados por armadilhas fotográficas em 2018.
A pesquisa do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar foi divulgada na revista científica Oryx, publicada pela universidade britânica de Cambridge, em agosto passado. Após a publicação, outros animais com filhotes foram vistos no local, sendo que o sétimo da população foi avistado entre abril e outubro deste ano.
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De acordo com Roberto Fusco, pesquisador e diretor do programa, que também é doutor em Ecologia e Conservação, ainda não é possível saber a quantidade exata desses animais na região. “O que descobrimos é que existem ocorrências de onças, tanto machos e fêmeas, e também de filhotes. Isso foi posterior ao estudo publicado, mas quantos indivíduos existem, isso é o que a gente tá buscando saber a partir de agora”.
O pesquisador ressalta que as onças estão em uma área florestal extensa e de difícil acesso para humanos. Os felinos sofreram pressão para se deslocarem para regiões montanhosas, especialmente por causa da caça, desmatamento e extração de palmito. Esse fator pode ter contribuído para que os animais tenham ficado tanto tempo sem registros.
O processo para redescoberta da onça-pintada na região começou em 2011, quando foram instaladas armadilhas fotográficas em algumas áreas. Moradores da região também foram ouvidos.
Área prioritária para conservação da onça-pintada
Segundo Fusco, com a confirmação dos animais nesta região, o bloco de floresta da Serra do Mar paranaense passa a ser considerada uma área prioritária para conservação da onça-pintada na Mata Atlântica.
“Propomos uma expansão de 5.715 quilômetros quadrados a sul, o que torna o grande bloco de floresta da Serra do Mar paranaense e paulista a maior área prioritária para a conservação da onça-pintada na Mata Atlântica, totalizando 19.262 quilômetros quadrados”, disse.
Com a descoberta, agora o maior desafio é garantir a proteção da espécie ao longo do tempo, como a redução de ameaças e a pressão de caça sobre suas presas, como a paca, tatu, porco do mato e veado.
*Com informações da Agência Brasil