Animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e lagartas, estão cada vez mais presentes nas áreas urbanas, adaptando-se aos ambientes humanos devido ao crescimento acelerado dos grandes centros. Membros da classe dos aracnídeos, os animais são venenosos e uma picada de escorpião pode causar sérios problemas de saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), apenas em 2021 foram registrados mais de 154 mil acidentes por picada de escorpião no Brasil. Por isso, a população deve estar as medidas para evitar acidentes e mortes por envenenamento.
O período de verão, entre dezembro e março, exige maior cuidado, pois o clima quente e úmido é mais propício para o aparecimento de escorpiões, que costumam estar abrigados em esgotos e entulhos. Entretanto, é preciso ter atenção, pois este tipo de animal pode causar acidente em qualquer época do ano, inclusive no inverno.
No Brasil, existem quatro principais espécies de escorpião, sendo:
- Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) – Pode ser encontrado em todas as regiões do país e é considerado o mais venenoso. Sua reprodução é do tipo partenogenética, ou seja, as fêmeas procriam sem precisar que machos as fecundem.
- Escorpião-marrom (Tityus bahiensis) – Pode ser encontrado na Bahia e algumas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
- Escorpião-amarelo-do-nordeste (Tityus stigmurus) – A espécie é mais comum no Nordeste, mas já foi encontrada em outros estados como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Eles também se procriam sem a necessidade de um macho.
- Escorpião-preto-da-amazônia (Tityus obscurus) – Esta é a principal espécie causadora de acidentes e óbitos por picadas de escorpião na região Norte e no estado do Mato Grosso.

Sintomas de picada de escorpião
Existem alguns sinais e sintomas característicos de picada de escorpião. A dor é imediata em praticamente todos os casos, além de vermelhidão, suor no local e formigamento. Algum tempo depois, começam a aparecer sintomas de envenenamento, como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva, hipertensão, entre outros.
Todos os escorpiões são venenosos, e o risco aumenta dependendo da quantidade de veneno injetado e quão prejudicial o veneno de cada espécie é para os humanos. Os casos leves que não requerem o uso de antiveneno representam aproximadamente 87% de todos os incidentes.
O soro antiescorpiônico está disponível apenas em hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Caso haja alguma picada de escorpião, a recomendação é procurar a unidade de saúde mais próxima e, se possível, levar o animal ou uma foto para a identificação da espécie.

Medidas de prevenção
Para evitar o aparecimento de escorpiões, é preciso tomar algumas medidas de prevenção, como:
- Manter lixos fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos que sejam alimento dos escorpiões;
- Manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
- Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
- Afastar camas e berços das paredes;
- Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;
- Nas áreas rurais é essencial preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões: lagartos, sapos e aves de hábitos noturnos, como corujas.
A recomendação do Ministério da Saúde é que não sejam utilizados pesticidas para o controle destes animais, pois eles não possuem eficácia comprovada para o controle e pode fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando o risco de acidentes.