Pelo menos 80 grupos organizados da agricultura familiar, que reúnem cerca de 8 mil famílias no Pará, estão em condições de fornecer alimentos para a 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30), marcada para novembro em Belém.
O levantamento foi realizado pelos institutos Regenera e Fronteiras do Desenvolvimento e aponta que a região tem capacidade para atender ao edital lançado em agosto pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), responsável pela seleção dos operadores de alimentação do evento.
Agricultura familiar e a COP30

Pela primeira vez, uma conferência do clima exigirá que ao menos 30% dos ingredientes servidos venham da agricultura familiar, da agroecologia ou da produção de povos e comunidades tradicionais.
A medida pode movimentar R$ 3,3 milhões na economia local, valor próximo a 80% do orçamento anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) destinado a Belém.
No Brasil, existem 3,9 milhões de propriedades da agricultura familiar, que correspondem a 77% dos estabelecimentos agrícolas.
Juntas, ocupam 80,8 milhões de hectares, o equivalente a 23% da área rural do país. Esse segmento responde por 23% do valor bruto da produção agropecuária nacional e emprega 10,1 milhões de pessoas, das quais quase metade (46,6%) está no Nordeste.
Para Alcântara, representante do setor, a inclusão da agricultura familiar e da produção tradicional na alimentação da COP-30 é um marco importante e reforça o papel estratégico desses grupos na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável.
Conferência do Clima

A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, também chamada de COP30 será a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém.
O evento é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.
*Com informações da Agência Brasil*