O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesse domingo (27) um novo pacote de medidas comerciais que reduz tarifas para aliados estratégicos, mas mantém pressão sobre países sem acordo, como o Brasil, que poderá enfrentar uma alíquota de até 50% sobre suas exportações.
O principal destaque foi o acerto com a União Europeia, que resultou na diminuição da tarifa americana de 30% para 15% sobre produtos do bloco.
A decisão veio após a promessa europeia de injetar US$ 750 bilhões no setor energético e destinar US$ 600 bilhões em investimentos diretos na economia norte-americana.
Acordo tarifário

Também nesta semana, os Estados Unidos firmaram acordos semelhantes com Japão, Indonésia, Filipinas e Vietnã. Os japoneses conseguiram reduzir a taxa de 25% para 15%, em troca da abertura de mercado para bens agrícolas e automotivos dos EUA, além de um pacote de investimentos de US$ 550 bilhões.
Já a Indonésia se comprometeu a eliminar quase todas as barreiras tarifárias a produtos americanos, obtendo em contrapartida uma redução de tarifa de 32% para 19%.
Filipinas e Vietnã também obtiveram vantagens. O país do sudeste asiático terá seus produtos taxados em 19%, abaixo da média global aplicada a países sem acordo, que varia entre 25% e 50%. Para o Vietnã, a tarifa caiu de 46% para 20%.

Já com a China, o governo americano prorrogou por mais 90 dias uma trégua tarifária, que reduziu as taxas de 145% para 30% sobre produtos chineses.
Em resposta, Pequim manteve uma tarifa de 10% sobre mercadorias norte-americanas enquanto as negociações seguem.
Enquanto isso, o Brasil ficou de fora das concessões comerciais e pode ter suas exportações taxadas em até 50%, a alíquota mais alta entre os parceiros comerciais dos EUA mencionados nesta nova rodada de negociações.
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