Empresas goianas impactadas pela nova tarifação dos EUA ao Brasil poderão acessar linhas de crédito emergenciais lançadas pelo Governo de Goiás.
As medidas foram apresentadas nesta terça-feira (22), durante reunião entre representantes do setor produtivo e o governador Ronaldo Caiado.
Tarifa dos EUA e linhas de crédito emergenciais

Goiás foi o primeiro estado a divulgar ações voltadas a mitigar os efeitos do chamado “tarifaço”, anunciado recentemente pelo governo norte-americano.
A sobretaxa atinge produtos como carnes, soja e derivados do aço, todos com forte peso na pauta exportadora goiana. De janeiro a junho, os EUA foram o segundo principal destino das exportações do estado, com destaque para carnes (61% do total).
Entre as medidas anunciadas está o novo Fundo Creditório, que oferecerá crédito com base em cerca de R$ 628 milhões em valores de ICMS acumulados por empresas exportadoras. A operação será formalizada por meio de leilão na Bolsa de Valores B3, em São Paulo, previsto para o dia 5 de agosto. A taxa de juros será de 10% ao ano, abaixo da praticada em linhas federais como as do BNDES.
Outras duas alternativas são o uso do Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq), criado em 2020 para subsidiar encargos financeiros, e o acionamento do Fundo de Estabilização Econômica, reserva destinada a momentos de crise. Segundo o governo, as linhas poderão ser utilizadas tanto para capital de giro quanto para novos investimentos.
Como participar

As empresas interessadas deverão formalizar o pedido junto à Secretaria-Geral da Governadoria. Como contrapartida, será exigido o compromisso de manutenção dos empregos durante o período de acesso aos recursos. O objetivo é minimizar perdas e evitar fechamento de postos de trabalho em setores estratégicos da economia goiana.
Para acompanhar o cenário e ajustar a resposta governamental, foi criado um comitê com participação de seis secretarias. O grupo fará o mapeamento das cadeias produtivas mais impactadas e indicará a destinação dos recursos, priorizando áreas consideradas essenciais para o desenvolvimento regional.
As primeiras liberações de crédito estão previstas para ocorrer a partir de 6 de agosto. A Secretaria da Economia ficará responsável por validar os créditos de ICMS das empresas e autorizar as transferências entre contribuintes.