As importações brasileiras de fertilizantes alcançaram 4,6 milhões de toneladas em setembro, volume é 17,9% superior ao mesmo período do ano anterior, impulsionadas pela alta nos preços da soja e do algodão, além da desvalorização do dólar e conflitos no Oriente Médio.
O volume acumulado de janeiro a setembro chegou a 31,81 milhões de toneladas, aumento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2023, o maior registro para setembro na série histórica, segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (25).
Importações brasileiras de fertilizantes
O ritmo de compras maior foi influenciado pela intensificação do conflito no Oriente Médio, região importante produtora de nitrogenados, como a ureia e o fosfato, fora a produção de petróleo, essencial para produção desses produtos.
Diante do cenário, especialistas recomendam que agricultores antecipem suas compras para evitar possíveis problemas de oferta e aumentos bruscos nas cotações dos fertilizantes.
Entrada dos fertilizantes
Pelo porto de Paranaguá, entraram de janeiro a setembro deste ano, 7,6 milhões de toneladas, mesma quantidade no período do ano anterior. Pelos portos do Arco Norte – 5,55 milhões contra 4,42 milhões em 2023, e Santos – 6,23 milhões de toneladas, comparadas a 5,70 milhões, no mesmo período do ano anterior.
Desenvolvimento da indústria brasileira de fertilizantes
Atualmente, o Brasil é o maior importador global de fertilizantes, com compra de 41 milhões de toneladas em 2023, 86% dos fertilizantes que consumiu na agricultura.
Para diminuir essa dependência externa, a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados aprovou em 22 de outubro deste ano, o Projeto de Lei 699/23, que institui o Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert).
A iniciativa concede uma série de benefícios tributários para reduzir o custo de implantação/modernização de unidades que fabricam fertilizantes e criar um parque nacional do segmento, com o objetivo é implantar, ampliar ou modernizar unidades de produção de fertilizantes e insumos.
Os projetos deverão seguir as diretrizes do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF 2022-2050), criado em 2022 por decreto.
Trâmites
O projeto será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Indústria, Comércio e Serviços; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.