No segundo trimestre deste ano, considerando apenas dívidas que venceram por mais de 180 dias e que foram contraídas em setores que se relacionam às principais atividades do agronegócio, a inadimplência alcançou apenas 7,4% da população rural que atua como pessoa física no Brasil.
Com relação aos primeiros três meses de 2024, houve uma leve alta de 0,3 pontos percentuais, é o que aponta pesquisa da Serasa Experian.
Inadimplência da população rural do Brasil
No estudo, grandes proprietários tiveram a maior representatividade e 9,8% deles foram impactados pela inadimplência. Aqueles que não possuem registro de cadastro rural – arrendatários, pessoas participantes de grupos econômicos ou familiares – vieram depois, com 9,3%.
Os proprietários de médio porte marcaram 6,9% e os pequenos foram os menos afetados, com apenas 6,6%.
De acordo com o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, mesmo o produtor rural enfrentando muitas variáveis na atividade, a maior parcela dos proprietários rurais do país estão conseguindo honrar seus compromissos financeiros e continuar mantendo um saldo positivo para o setor.
“Mesmo com as dificuldades para acesso a crédito, rolagem de dívida, patamar do preço das commodities, e outros desafios, como os acontecimentos climáticos que afetaram a estabilidade financeira no campo, os números de inadimplência no agro se mantiveram praticamente iguais”, analisa.
Experiência que diminui o índice de inadimplência
Os dados revelaram ainda que quanto maior a faixa etária do proprietário rural, menor é o índice de inadimplência registado.
Ainda sobre o segundo trimestre de 2024, daqueles que têm entre 50 e 59 anos, 7,2% estavam com o nome no vermelho. A partir disso, quanto mais aumenta a idade mais o percentual diminui.
Dos produtores de 80 anos ou mais, 3,2% estão inadimplentes; de 70 a 79 anos, 5,3%; de 60 a 69 anos, 6%. Já os mais jovens, de 40 a 49 anos, 9,3% estão com nome negativado; entre 18 e 39 anos, o índice de inadimplência é de 11%.
Setores do agronegócio
No segundo trimestre deste ano, analisando os setores em que as dívidas foram contraídas e negativadas, gerando as taxas de inadimplência as contas negativas com “Instituições Financeiras” – que financiam atividades no campo – marcaram a maior fatia, de 6,5%.
No entanto, os percentuais de proprietários rurais inadimplentes no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” foram muito pequenos, de 0,1% e 0,2%, respectivamente.
Essas categorias abrangem diversos produtos e serviços como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.
Regiões de inadimplência
A avaliação por Região Agrícola, mostrou que a inadimplência foi registrada em menor percentual no Sul, atingindo apenas 4,8% – levando em conta a suspensão das negativações no Rio Grande do Sul anunciada pela ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), que perdurou por 60 dias, em função das enchentes que ocorreram na região.
Em sequência estava o Sudeste, com 6,2%, e o Centro-Oeste, que marcou 7,6%. Veja os dados completos no gráfico a seguir.
Indicador de Inadimplência do Agronegócio
Na pesquisa, foram consideradas apenas pessoas com dívidas vencidas com mais de 180 dias e até 5 anos somando pelo menos R$ 1.000,00.
Sendo dívidas relacionadas ao financiamento e atividades agronegócio em: instituições financeiras, agroindústria de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.