O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que fez parte da delegação brasileira na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27), lançou um documento se comprometendo com a neutralidade em carbono até 2050, se tornando o primeiro banco de desenvolvimento internacional a colocar o tema dentro de suas operações.
O BNDES tem divulgado o documento “Clima e desenvolvimento – A contribuição do BNDES para uma transição justa” que, além do compromisso firmado para a neutralidade em carbono, define metas de neutralidade para as carteiras de crédito, como também metas para acelerar a transição dos seus clientes para a neutralidade em carbono e a contabilização de carbono nos processos de aprovação e apoio a novos projetos.
Além disso, o banco atua na mitigação de problemas ambientais nos mais diversos setores como energia, logística e mobilidade urbana, mudanças de uso da terra e florestas (MUTF), agropecuária, indústria e saneamento, além de também estimular o crédito à adaptação.
Ações para a neutralidade em carbono
No que se refere ao setor de energia, o BNDES terá como ações o apoio à descarbonização da matriz energética brasileira, através de projetos de eficiência energética, além de aproveitamento de biogás e biometano, de forma que colabore com a geração de energia a partir de fontes renováveis, destinadas ao consumo doméstico e internacional.
O banco brasileiro também prevê medidas para o uso de fontes renováveis nos transportes e mobilidade urbana, com alta capacidade e baixa emissão de carbono.
Para as atividades de mudança e uso da terra e florestas, o BNDES vai investir na prevenção e combate ao desmatamento ilegal, como também, recuperação de áreas degradadas. Além disso, o banco irá incentivar o uso sustentável da floresta, em especial, a bioeconomia.
Na agropecuária, serão impulsionadas a redução do desmatamento através da integração lavoura-pecuária-floresta. Também será fomentado o uso de bioinsumos e fertilizantes através de financiamentos, além de ações voltadas à redução de emissão de carbono e metano, associadas à pecuária bovina.
No setor industrial, o banco irá promover a descarbonização por meio de uso de fontes de energia renováveis. Além disso, serão fomentadas a mineração de insumos fundamentais para a economia verde.
Créditos de carbono
Durante a COP27, que aconteceu no Egito, o banco lançou o programa BNDES Créditos de Carbono, o primeiro do país em compra de carbono regular por um banco público nacional, contribuindo para a preservação do meio ambiente.
A ação deve aplicar recursos para o comércio de instrumentos de compensação de carbono no mercado, por meio de projetos que reduza a emissão e capture o carbono.
O BNDES já selecionou cinco projetos de conservação e de energia em diversos setores, com investimento estimado em R$ 10 milhões.