O Brasil será o primeiro país a aportar recursos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), iniciativa financeira inédita voltada a recompensar, de forma permanente e em larga escala, nações que preservam suas florestas tropicais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o Brasil vai destinar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,3 bilhões) à parcela do fundo destinada a países soberanos.
O aporte, no entanto, está condicionado à entrada de outras nações no mecanismo, que pretende reunir US$ 25 bilhões de governos e, a partir desse montante, atrair até US$ 100 bilhões de investidores privados.
Fundo Florestas Tropicais para Sempre

O TFFF é uma das entregas esperadas para a COP30, em novembro, em Belém (PA). A previsão é mobilizar cerca de US$ 4 bilhões por ano, distribuídos entre mais de 70 países em desenvolvimento que conservam florestas tropicais e subtropicais, equivalentes a aproximadamente 1 bilhão de hectares.
Durante o evento, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, anunciou que a instituição atuará como administradora fiduciária e anfitriã provisória do secretariado do fundo, responsável por garantir gestão financeira, relatórios de transparência e previsibilidade nos repasses.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que o mecanismo foi construído de forma colaborativa e busca apoiar a meta global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C em relação ao período pré-industrial. Segundo ela, o fundo também representa uma oportunidade de fortalecimento para comunidades tradicionais e povos indígenas que dependem diretamente da floresta.

O TFFF foi lançado na COP28, em Dubai, e vem sendo desenvolvido em parceria com dez países, cinco com grandes áreas florestais (Colômbia, Indonésia, Malásia, Gana e República Democrática do Congo) e cinco potenciais apoiadores (Noruega, Alemanha, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e França). Também participam organizações da sociedade civil e representantes de povos indígenas.
Diferentemente de mecanismos baseados em doações, o TFFF prevê investimentos de países, empresas e fundações em uma carteira internacional de ativos de longo prazo. O
Os rendimentos serão destinados aos países que mantiverem indicadores de conservação florestal abaixo da média global de desmatamento. A expectativa é que os repasses superem os valores hoje oferecidos tanto por linhas de financiamento concessional quanto pelo mercado voluntário de carbono.