O aumento no número de casos de dengue confirmados no Brasil está diretamente ligado ao desmatamento. Está é uma afirmação feita com base na em uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que analisa os dados da doença e do avanço da devastação nos estados que compõem a região do Cerrado brasileiro.
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O número de pessoas que foram infectadas pelo vírus da dengue, que é transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, neste ano de 2022, já supera a quantidade de casos confirmados no ano passado, o que gera uma preocupação nacional. É importante ressaltar que a maneira mais eficaz de evitar a doença é eliminar os criadouros do mosquito e se manter atento aos locais ondem os focos podem se desenvolver nas propriedades rurais e meios urbanos.
O estudo feito pela Unesp é de responsabilidade do engenheiro florestal e pesquisador, Arlindo Ananias, que explica que a alta nos casos de dengue está diretamente ligada ao processo adaptativo do mosquito ao meio em que está inserido. Ou seja, podemos dizer que se o ambiente está propício, o resultado disso proliferação do Aedes aegypti.
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Como o desmatamento pode auxiliar na proliferação do Aedes aegypti
“Libélulas depositam os ovos perto da água, e os insetos se alimentam das larvas do mosquito. Alevinos também se alimentam dessas larvas. Quando desmatamos, acabamos com esse ciclo e o mosquito se prolifera”, disse ele. Ananias destaca ainda que existe um aumento dos nutrientes disponíveis para o mosquito devido a expansão da área urbana e o aumento das áreas destinadas ao agronegócio, além do afastamento do predador. Estas também são condições que fazem com que ocorra uma alta na quantidade de mosquitos.
“Sem contar que áreas arborizadas são mais frescas. Quando tira a vegetação, a temperatura aumenta. Então temos um novo ambiente totalmente favorável, com mais alimento, temperatura mais alta e sem predadores.” ressaltou. É preciso perceber que as áreas de mata e vegetação natural estão cada vez menores e regradas devido à expansão urbana e ao avanço da agricultura e pecuária, o que faz com que as propriedades rurais, e até mesmo os centros urbanos, estejam dentro de áreas desmatadas.
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Outras atitudes que, segundo o pesquisador, impactam na proliferação do Aedes aegypti são os incêndios em áreas como parques e propriedades rurais. Assim, o manejo ambiental para o controle de criadouros, bem como a desaceleração dos níveis de desmatamento e degradação do meio ambiente, se tornam indispensável no combate ao mosquito da dengue.