Pensando em reduzir a dependência dos combustíveis fósseis russos, a Itália aposta na construção de seu primeiro parque eólico offshore, que pode ser visto como uma esperança para Europa, que passa por uma grave crise energética agravada pela guerra na Ucrânia.
Os parques eólicos offshore são estruturas instaladas no mar que aproveitam as altas velocidades do vento nesses locais para gerar energia. Sabe-se que os ventos no mar são mais fortes do que os da terra, o que torna a captação de energia mais eficiente.
As primeiras turbinas eólicas no Mar Mediterrâneo estão localizadas na região sul da Puglia, em frente ao porto de Taranto, cidade conhecida por suas grandes siderúrgicas.
Com vida útil estimada de 25 anos, a construção do parque deve economizar cerca de 730.000 toneladas de CO2. A previsão é que a unidade seja composta por dez turbinas com capacidade de 30MW, produzindo mais de 58.000 MW/h, o que corresponde à necessidade energética atual de 60 mil pessoas.
Dependência da Itália do gás russo
Atualmente, a Itália é um dos maiores consumidores de gás da Europa, representando atualmente 42% do seu consumo de energia. Ela importa 95% do gás que usa, e 45% vem da Rússia.
Agora, a invasão da Ucrânia pela Rússia só reforçou a necessidade de reduzir a dependência do gás russo para acelerar a produção da energia renovável.
À medida que a guerra na Ucrânia continua, o governo italiano aprovou seis novos parques eólicos terrestres, espalhados por todo o país, da Sardenha a Basilicata, no sul. A expectativa italiana é deixar de receber gás russo até 2025.
O Ministério da Transição Ecológica da Itália já recebeu mais de 60 propostas para os parques eólicos, mas a maioria não está em andamento devido a burocracia, conforme aponta a WindEurope.
De acordo com o primeiro-ministro Mario Dragi, o investimento é uma estratégia a longo prazo, mas “está trabalhando para agilizar os procedimentos, reduzir a burocracia e acelerar os investimentos”.