O recente discurso feito durante a reunião do BRICS destacou o papel dos países em desenvolvimento na agenda ambiental global.
Entre os pontos levantados, chamou atenção a ênfase na justiça climática e na necessidade de financiamento adequado para que a transição energética e ecológica avance de forma equilibrada.
O setor agropecuário, por sua ligação direta com o uso da terra e os recursos naturais, aparece como um dos campos em que os efeitos e as exigências dessa transição são mais evidentes.
BRICS

Ao lembrar que 80% das emissões globais de carbono vêm de menos de 60 empresas ligadas a petróleo, gás e cimento, o discurso trouxe à tona uma questão importante, os impactos da crise climática não são igualmente distribuídos, e os meios para enfrentá-la também não.
Países do Sul Global, como o Brasil, concentram grandes áreas preservadas e ainda enfrentam dificuldades estruturais para adaptar sua produção às exigências ambientais cada vez mais rigorosas.
O discurso também citou instrumentos financeiros em construção, como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será apresentado na COP30.
A ideia é criar mecanismos que reconheçam e remunerem serviços ecossistêmicos prestados por diferentes territórios. Para o meio rural, isso pode significar uma fonte alternativa de recursos, especialmente para pequenos produtores que conservam vegetação nativa ou manejam áreas com baixa emissão de carbono.

Outro ponto abordado foi a necessidade de acesso à tecnologia. O novo modelo de desenvolvimento proposto deve permitir aos países em desenvolvimento e suas economias rurais participarem de todas as etapas das cadeias produtivas, e não apenas fornecerem matéria-prima.
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