Um levantamento realizado pela rede MapBiomas, iniciativa que integra organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia para monitorar o uso da terra no Brasil, revelou que a Mata Atlântica é o bioma mais degradado proporcionalmente no país.
O estudo abrange o período de 1986 a 2021 e destaca as queimadas, frequentemente causadas pelo homem, como uma das principais razões para essa degradação.
De acordo com dados do Sistema Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou quase 4 mil focos de incêndio na Mata Atlântica apenas no primeiro semestre deste ano, representando um aumento de 44% em comparação com o mesmo período de 2023.
Esses focos equivalem a 10% de todos os incêndios registrados no país.
Período de seca e a Mata Atlântica
Com o início do período de seca neste mês, a preocupação com o bioma aumenta significativamente.
Pedro Viana, coordenador de Ciências do Instituto Nacional da Mata Atlântica, explica que a Mata Atlântica é menos resistente a queimadas em comparação a outros biomas, tornando-a ainda mais vulnerável durante a estação seca.
Viana enfatiza a importância de cuidados redobrados com as áreas remanescentes da Mata Atlântica, que é um bioma costeiro presente desde o Nordeste até o Sul do Brasil.
Atualmente, menos de 20% da vegetação nativa original da Mata Atlântica permanece intacta.
A conservação das áreas remanescentes é crucial para a preservação da biodiversidade e para a manutenção dos serviços ecossistêmicos que a Mata Atlântica proporciona, como a regulação do clima, a proteção dos recursos hídricos e a conservação da fauna e flora nativas.
Ações de reflorestamento, políticas públicas de proteção ambiental e a conscientização da população são essenciais para reverter o quadro alarmante de degradação e garantir um futuro mais sustentável para esse importante bioma brasileiro.
Com informações Agência Brasil