As atividades de mineração no Brasil lançaram na atmosfera 12,8 milhões de toneladas dióxido de carbono equivalente (tCO2e) em 2022.
Conforme o inventário do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as emissões do CO2 propriamente dito dos gases metano (CH4) e óxido nitroso (N20), tem potenciais de aquecimento global superiores ao dióxido de carbono.
Mineração no Brasil
Com base no presidente do Ibram, Raul Jungmann, esse total representa apenas 0,55% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil em 2022, calculado em 2,3 bilhões de toneladas conforme o levantamento do Sistema de Estimativas e Remoções de Gases do Efeito Estufa, do Observatório do Clima.
“Mas não estamos satisfeitos com isso. Nosso objetivo é chegar até 2030 ou 2040, isso ainda não estabelecido a zero carbono”, explicou Jungmann.
O levantamento também mostrou que 85% das emissões de CO2, gás com menor potencial de aquecimento, mas que continua por mais tempo na atmosfera – 1 mil anos, sendo que 10% são metano, gás que possui potencial de aquecimento 28 vezes maior que o CO2.
Já os outros 3% são de óxido nitroso, que tem potencial de aquecimento 265 vezes maior que o CO2 e que pode permanecer na atmosfera por 120 anos. Desse total das emissões da indústria mineradora brasileira, 11,3 milhões de toneladas foram produzidas pelas operações das próprias mineradoras, enquanto 1,5 milhão de toneladas, ou 12% do total, vieram da geração de energia elétrica utilizada pelas mineradoras.
Das emissões próprias, 7,6 milhões de toneladas ou 59% do total vieram dos gastos com a queima de combustível por meios de transporte usados na operação.
Por sua vez, as atividades com maiores emissões por tonelada de minério produzido são as rochas ornamentais (0,148 tC02e), prata (0,131 tCO2e), chumbo (0,80 tCO2e) e vanádio (0,063).
“A redução das emissões é um compromisso que estamos assumindo. Não falamos de algum tempo de crise climática, falamos de uma emergência climática. Aí está o Rio Grande do Sul que não nos deixa mentir. Chegamos definitivamente na era dos eventos extremos”, destacou. Jungmann.
Possíveis soluções
O inventário ainda sugeriu adaptações que necessitam ser realizadas pelo setor da mineração para reduzir suas emissões. As medidas que mais provocariam impactos positivos seriam a adoção do hidrogênio verde em caminhões e equipamentos de mineração, além da substituição de combustíveis fósseis e a eletrificação de equipamentos e frota.
Porém essas medidas apresentam muitas dificuldades de implementação na indústria, pois o uso de energia renovável e processos de otimização de consumo seria a medida de implementação mais fácil, mas seu impacto na descarbonização é apenas mediano.
Além disso, também são citadas como medidas os processos mais eficientes de produção e uso de veículos autônomos.
“O setor todo está preocupado com dois itens muito importantes na contribuição que podemos dar para as metas brasileiras [de descarbonização]. O primeiro é a mitigação e a redução das nossas emissões. E o segundo é a questão dos minerais críticos. O setor está aí para ajudar na descarbonização não só no Brasil como no exterior na extração de minerais críticos estratégicos para a transição energética”, afirma o diretor do Ibram Alexandre Mello.
Informações extraídas da Agência Brasil.