O Tesouro Nacional anunciou nesta segunda-feira (28) a realização do 2º Leilão Eco Invest, iniciativa que busca captar recursos para projetos de recuperação de terras degradadas, promovendo sua transformação em áreas de produção sustentável.
A meta estabelecida é restaurar 1 milhão de hectares nos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal.
Já o bioma Amazônico terá tratamento específico em um leilão separado, previsto para ocorrer futuramente.
Leilão Eco Invest
Esta segunda edição do Eco Invest é coordenada pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, como parte do Novo Brasil, Plano de Transformação Ecológica, que visa reorientar a economia para práticas baseadas na bioeconomia, indústria verde e finanças sustentáveis. O projeto também conta com a parceria do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo o Ministério da Fazenda, o leilão busca apoiar financeiramente iniciativas de recuperação ambiental que incorporem técnicas sustentáveis, resultando em ganhos de produtividade, ampliação da cobertura vegetal e aumento da capacidade hídrica. A intenção é estimular o desenvolvimento rural de forma sustentável e previsível.
O leilão pretende atrair investimentos privados, principalmente através de instituições financeiras locais, que deverão financiar projetos de restauração ambiental seguindo exigências rigorosas de preservação do solo e da biodiversidade.
O programa também promove a inclusão de pequenos produtores e o fortalecimento do abastecimento alimentar interno, com a recuperação de terras atualmente improdutivas.
Recuperação de pastagens

A recuperação de 40 milhões de hectares de pastagens em dez anos é uma das metas estabelecidas pelo governo. Para esta etapa do leilão, o objetivo imediato é restaurar 1 milhão de hectares.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou que o Eco Invest combina ferramentas como hedge cambial, blended finance e novos modelos estruturados para superar barreiras de investimento e mobilizar capital privado, apontando o programa como uma referência de inovação e potencial replicabilidade.
Como inovação, foi aberta uma chamada online para apresentação de projetos de recuperação de terras. Cooperativas, empresas e produtores organizados podem enviar propostas até 13 de junho de 2025, pelo e-mail projetosecoinvest@tesouro.gov.br. A seleção visa facilitar o acesso a recursos do Eco Invest e estimular a participação de diversos agentes econômicos.
Portanto, o leilão adotará o modelo de financiamento parcial (blended finance), no qual recursos públicos servirão como instrumento de atração para capital privado. Cada proposta será avaliada com base na proporção de alavancagem e no volume de área a ser restaurada, com valor mínimo estipulado em R$ 100 milhões.

O programa também incentiva a criação de fundos de investimento específicos para a cadeia agroindustrial (Fiagro) e para direitos creditórios (FIDCs), ampliando as opções de estruturação financeira para os projetos. A expectativa é mobilizar até R$ 10 bilhões em investimentos.
Os recursos captados serão destinados a produtores rurais, cooperativas e empresas do agronegócio que se comprometam a seguir critérios ambientais rígidos, incluindo o monitoramento de emissões de gases de efeito estufa, avaliação da qualidade do solo e incremento da cobertura vegetal.