Com o objetivo de proteger os povos indígenas isolados que vivem na Terra Indígena Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, foi iniciada em 24 de abril e segue até 1º de maio a Operação Nidaid Isquim.
Com base na Polícia Federa, a iniciativa reúne a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), por meio da Coordenação da Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari (CFPE-VJ), a Polícia Federal e o Ibama.
Garimpo ilegal e Terra Indígena Vale do Javari

A operação está concentrada no Rio Jandiatuba e áreas próximas, com foco na repressão ao garimpo ilegal, atividade que representa sérios riscos ambientais e sociais, como a contaminação por mercúrio e a ameaça direta a comunidades indígenas isoladas e ribeirinhas.
Nos primeiros dias da ação, 16 dragas e outros equipamentos utilizados na mineração ilegal foram destruídos. A Polícia Federal também realizou ações de inteligência voltadas à identificação dos responsáveis por financiar e comandar o garimpo, além de investigar possíveis vínculos com o crime organizado.
Com aproximadamente 8,5 milhões de hectares, o Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do país e abriga a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.
Ao todo, nove grupos em isolamento já foram confirmados na região, além de outros cinco em fase de estudo. Cerca de 7 mil indígenas vivem no território, entre eles os povos Marubo, Matis, Matsés, Kanamary, Mayoruna, Korubo, Kulina Pano e Tshom Dyapa.
Proteção Etnoambiental

A CFPE Vale do Javari é uma das 11 frentes especializadas da Funai voltadas à proteção de povos indígenas em situação de isolamento ou de contato recente.
Entre janeiro de 2023 e agosto de 2024, a atuação integrada dessa unidade com outros órgãos resultou em mais de R$ 15 milhões em multas, destruição de 98 dragas de garimpo, apreensão de 67 armas, 70 embarcações, animais silvestres e 322 toras de madeira extraídas ilegalmente.
Por meio das CFPEs, a Funai assegura a autodeterminação dos povos isolados, sem a necessidade de promover contato direto ou interferir em seus modos de vida. Além disso, as frentes ainda tem como objetivo contribuir para garantir que os direitos dos povos de recente contato sejam respeitados, conforme suas especificidades.