Dois casos de raiva dos herbívoros no município de Carneirinho (MG), próximo às divisas com Goiás e Mato Grosso do Sul, levaram à intensificação de medidas preventivas por parte da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).
A ação ocorre em conjunto com o Instituto Mineiro de Defesa Agropecuária (IMA) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Mato Grosso do Sul (Iagro).
Casos de raiva em herbívoros

Em transmissão online promovida pelas três instituições, técnicos destacaram os principais sinais clínicos da doença nos animais, orientações para identificação de morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus, principais vetores, e medidas que devem ser adotadas diante de suspeitas.
De acordo com Fábio Leal, fiscal agropecuário da Agrodefesa, os casos registrados em uma ovelha e uma vaca acendem o sinal de alerta na região próxima ao Rio Paranaíba.
Áreas como o povoado de Olaria da Fumaça, em Itajá (GO), que fica a 16 quilômetros de uma das propriedades afetadas, estão sob vigilância intensificada.
Após a confirmação dos casos, equipes do IMA identificaram abrigos de morcegos hematófagos na região e iniciaram ações de controle. Fiscais de Goiás também estão atuando com monitoramento e captura desses animais.
A recomendação aos produtores é comunicar imediatamente a presença de colônias, especialmente em estruturas como casas abandonadas, pontes, cavernas ou cisternas. A orientação é não tentar espantar os morcegos, evitando a dispersão dos abrigos.
Essas atividades integram o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), que visa reduzir a incidência da doença. A estratégia inclui o tratamento dos morcegos capturados com substância anticoagulante, com objetivo de controlar a população e, assim, diminuir os riscos de transmissão ao rebanho e à população humana.
Raiva dos herbívoros

A raiva dos herbívoros é uma enfermidade viral letal que pode afetar bovinos, equídeos, caprinos e ovinos. Os principais sintomas incluem dificuldade de locomoção, salivação intensa, decúbito prolongado, movimentos involuntários e isolamento do animal.
A doença evolui rapidamente e pode levar à morte em menos de uma semana. Por ser uma zoonose, representa também risco à saúde humana. Por isso, o contato com saliva ou sangue de animais suspeitos deve ser evitado.
A vacinação anual continua sendo a principal forma de prevenção, especialmente em áreas de alto risco. O diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira, lembra que a imunização é obrigatória nesses municípios e a atual etapa segue até 15 de junho em 119 localidades goianas.
Vieira também destaca que a notificação de casos não acarreta penalidades ao produtor e é essencial para que as autoridades adotem as medidas adequadas com rapidez.
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, ressalta a importância da articulação entre os estados no controle da doença, sobretudo nas regiões de fronteira. Para ele, o monitoramento constante e a vacinação são fundamentais para reduzir os impactos da raiva no setor agropecuário.