A Embrapa tem coordenado um estudo sobre doenças em caprinos leiteiros na divisa entre os estados da Paraíba e Pernambuco, que apontou a necessidade da criação de um plano de prevenção de doenças na região para controle e monitoramento das enfermidades mais presentes, de forma que reduza os riscos de morte, além de perdas produtivas, como também, problemas de saúde pública.
O plano já deve começar a ser elaborado a partir dos primeiros meses de 2023 com participação dos produtores rurais e instituições públicas e privadas. O objetivo é integrar medidas de assistência técnica, capacitação, rede de laboratórios para diagnóstico das doenças, melhoria de serviços de vigilância epidemiológica, além de treinamentos sobre educação sanitária e boas práticas para produtores rurais.
De acordo com a Embrapa, foram investigadas a prevalência de seis doenças (Agalaxia Contagiosa, Artrite Encefalite Caprina, Brucelose Ovina, Clamidiose, Paratuberculose e Toxoplasmose) em 51 propriedades rurais de 19 municípios na região do Cariri Paraibano e Sertão de Pernambuco. No estudo, 937 animais foram registrados e coletadas amostras de sangue para exames sorológicos.
- Problemas e irregularidades: ANP interdita 37 instalações de petróleo e gás da Petrobras na Bahia
Os exames apontaram a presença de algumas doenças, como a Agalaxia Contagiosa, infecção que pode prejudicar a produção de leite. Além disso, ela se mostrou presente em 11% dos animais avaliados e em 51% das propriedades rurais investigadas.
Os resultados de soroprevalência mostraram que algumas doenças foram verificadas, como a Agalaxia Contagiosa, infecção que pode causar prejuízos na produção de leite. Ela se mostrou presente em 11% dos animais avaliados e em 51% das propriedades rurais analisadas. A Toxoplasmose e Clamidiose foram as doenças que apresentaram os maiores percentuais de prevalência nos animais, sendo identificadas 18,5% e 16,1% dos animais investigados, respectivamente.
Dados sobre doenças em caprinos no nordeste merecem atenção
De acordo com os integrantes da pesquisa, os dados merecem atenção dos gestores públicos e do setor produtivo, pois as doenças podem prejudicar o rebanho, diminuindo a produtividade, elevando os custos de tratamento dos animais, como também a qualidade dos produtos e, por consequência, a comercialização dos produtos.
Segundo explica pesquisador da área de Sanidade Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), Selmo Alves, “a região possui uma organização da produção em arranjos produtivos locais, com cooperativas e associações que, em conjunto, buscaram esforços de articulação para a comercialização do leite caprino. A implementação de um plano de biosseguridade visa maior e melhor obtenção de produtos seguros e de qualidade”.
A proposta de um plano deve movimentar produtores rurais e instituições, públicas e privadas, da caprinocultura leiteira, a mitigar a presença de microrganismos que causam doenças no meio rural. Além disso, os cientistas reforçam que é fundamental a conscientização e engajamento de técnicos e produtores rurais na adoção de cuidados com manejo sanitário e nutricional, que podem reduzir significativamente a presença de doenças contagiosas nessas regiões.
Outro cuidado que deve ser tomado pelos produtores é a compra de animais advindos de outros rebanhos que, caso não seja observada as recomendações de manejo, pode contaminar os animais sadios trazendo enormes prejuízos.
- Líder no país: Goiás deve liderar produção de tomate no Brasil em 2022
“É fundamental verificar no rebanho de origem se existe, ou existiram, casos de doenças, assim como observar a orientação técnica de informações sanitárias da propriedade e do rebanho, obtida nas instituições oficiais – secretarias de agricultura estaduais e municipais, bem como agências de defesa. Antes da chegada dos animais na propriedade, é importante proceder a limpeza e a desinfecção das instalações e manter os animais adquiridos separados do rebanho existente por 60 dias (quarentena)”, pontua Selmo Alves.