Embora seja considerada rara, a gripe aviária em humanos pode ocorrer, principalmente por meio do contato direto com aves contaminadas.
Casos isolados já foram registrados em vários países e, embora o Brasil ainda não tenha detectado transmissão entre pessoas, o alerta persiste entre autoridades de saúde e pesquisadores.
Gripe aviária em humanos

A principal forma de contaminação é o contato com aves doentes, vivas ou mortas. A diretora executiva da Animal Equality Brasil, Carla Lettieri, chama atenção para a gravidade da situação.
“Muito se discute sobre os possíveis impactos econômicos da gripe aviária no Brasil, mas evita-se deliberadamente falar sobre o potencial devastador que o vírus pode ter para a saúde pública, especialmente se sofrer mutações e passar a ser transmitido entre humanos.”
Desde 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 874 casos de infecção humana por Influenza Aviária (IA) em todo o mundo, com 458 mortes , o que representa um índice de letalidade elevado.
No Brasil, os primeiros focos da doença em aves silvestres foram oficialmente comunicados à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em 15 de maio de 2023.
Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado (CSU) vêm demonstrando preocupação com o avanço do vírus H5N1, subtipo da gripe aviária que tem se espalhado de forma mais intensa em diversas regiões.
Criação das aves

No Brasil, cerca de 95% das galinhas poedeiras vivem confinadas em gaiolas. Já os frangos de corte são criados em galpões superlotados, em ambientes com alta carga de amônia, escassez de luz natural e acúmulo de fezes condições que favorecem o surgimento e a propagação de vírus como o da gripe aviária.
Embora os casos de gripe aviária em humanos sejam raros, a prevenção é essencial, especialmente para quem trabalha ou vive em áreas próximas a criações de aves.
As principais recomendações são:
- Evitar contato direto com aves doentes ou mortas, sejam elas domésticas ou silvestres.
- Não consumir carne de ave ou ovos crus ou malcozidos. O cozimento adequado elimina o vírus.
- Manter boas práticas de higiene, como lavar bem as mãos com água e sabão após manusear aves, ração ou utensílios relacionados.
- Usar equipamentos de proteção individual (EPIs) em granjas, abatedouros e locais com suspeita de contaminação.
- Notificar imediatamente às autoridades sanitárias em caso de aves com sintomas neurológicos ou respiratórios.
- Evitar frequentar feiras com venda de animais vivos, especialmente em regiões com registros da doença.
- Em áreas com focos confirmados, a vigilância sanitária reforça a importância do isolamento das propriedades afetadas e da desinfecção rigorosa de instalações, veículos e equipamentos.
Período de incubação
Na maioria dos caso, o período de incubação da gripe aviária, tempo entre o contato com o vírus e o surgimento dos primeiros sintomas, varia geralmente de 2 a 5 dias, podendo se estender até 10 dias em alguns casos.
Durante esse intervalo, a pessoa infectada ainda não apresenta sinais visíveis da doença, mas o vírus já está em seu organismo.
Após a incubação, os sintomas iniciais costumam incluir febre alta, tosse, dor de garganta, dificuldade respiratória e, em alguns casos, sinais gastrointestinais como diarreia.
Quando não tratada rapidamente, a infecção pode evoluir para quadros graves, como pneumonia viral, falência de múltiplos órgãos e até morte.