Mãe que ama, cuida, protege e em muitos casos provê. Essa é uma história das mães do agro, como a de D. Gersina Totó da Silva, de 74 anos, que trabalha com pecuária de corte, na Fazenda Santa Cruz do Fundão, município de Turvânia, região central de Goiás. Depois de ficar viúva, ela tomou as rédeas da propriedade rural e ensinou o ofício para os dois filhos e as netas.
Sr. José Magalhães, patriarca da família morreu há 20 anos e dona Gersina, que trabalhava junto ao marido plantando arroz, feijão e criando gado de leite e de corte, precisou assumir os negócios da família para cuidar dos filhos. Hoje, ela se especializou na pecuária, trabalhando com recria e engorda de novilhas nelore e raças híbridas.
Mães do Agro: de matriarca à professora de pecuária
Mesmo em meio a dificuldades, muito guerreira, D. Gercina, tirou do suor do rosto e com as mãos na terra o sustento da família. Enfrentou fornecedores e compradores, mostrando o pulso firme de mulher na hora de negociar, já que o mais comum naquela época eram homens fechando parceria com homens. Somado a isso, ensinou os filhos o trabalho no campo, fazendo a sucessão familiar, o que impulsionou o negócio.
D. Gleicivani Magalhães da Silva, de 55 anos, uma das filhas de D. Gersina, que nasceu na fazenda, assim como o irmão, assumiu parte da herança dos negócios e hoje também é pecuarista de corte na fazenda que herdou.
- Dia das Mães: Entenda o que o agronegócio e uma mãe possuem em comum
Pecuária de corte de mãe para filha e para netas
E dos ensinamentos que aprendeu com a mãe, D. Gleicivani mostrou o ofício da pecuária para as duas filhas, Thays Lorranny Magalhães da Silva, de 26 anos e Thaynara Karolynny Magalhães da Silva, de 22 anos. A neta mais velha de D. Gersina, faz questão de honrar a avó e a mãe, aprendendo e colocando em prática o que trabalha na fazenda.
“Foi gratificante o que eu aprendi com elas. Quando eu comecei a mexer, minha vó já tinha uma boa relação com compradores, com fornecedores, porque ela foi se inserindo no meio e se colocando como produtora rural mesmo. Pra mim foi mais fácil, porque minha vó já veio abrindo caminho, fazendo aquele alicerce lá atrás, cuidando da propriedade sozinha”, relembra.
Thays é advogada, especialista em Direito Agrário e dá aula no Programa Faeg Jovem, ensinando sobre sucessão e Holding Rural Patrimonial Familiar, baseado naquilo que vive na propriedade rural da família.
“Minha mãe faz questão de inserir eu e minha irmã nos negócios, falando inclusive de tecnologia com a gente. Eu consegui aprender com a minha mãe, tudo que ela aprendeu com meu vô e minha vó, sobre negociação, gestão, a visão mais sólida, de conhecimento que ela foi recebendo ao longo dos anos. Eu vim com a minha irmã na inovação, aquela sede de mudança na propriedade”.
Thays e Thaynara entendem que a união da criatividade delas com a experiência da avó e da mãe, é o que perpetua o negócio, que vem dando muito certo e rompe gerações.
“A gente senta ao redor de uma mesa de madeira, eu, minha mãe e minha irmã, pega papel, caneta e calculadora, fazemos a gestão da propriedade. Eu escuto o que minha mãe tem a dizer, ela é a voz da experiência. O meu pai entra na propriedade na parte mais operacional, pesada e minha mãe e eu mais na parte administrativa”, conta orgulhosa.
- Sustentabilidade: Lavoura-pecuária acumula mais carbono no solo que sucessão de culturas
Parabéns Mães do Agro
Mães do agro, de fibra, trabalho, fé, honra e convicção de que o bem que plantam para cuidar dos nossos com tanto amor, cuidado e proteção, colhem em união e homenagens nesse Dia das Mães.
Com a história da D. Gersina e D. Gleicivani, a equipe Agro2 parabeniza todas as mães brasileiras e principalmente, as mães do agro, que além de cuidar dos filhos, dos maridos, são braço forte na lida do campo, alimentando e vestindo o mundo, através do trabalho na agricultura e pecuária.
- Plano Safra 2022/23: Crédito extra de R$ 200 milhões será para custeio e investimentos