A mastite, doença que afeta o úbere das vacas leiteiras, continua sendo um dos principais desafios para a produção de leite no Brasil.
Conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasi (CNA), estudos apontam que a forma subclínica, que não apresenta sinais visíveis no leite ou no úbere, pode atingir até 48,6% do rebanho em algumas regiões do país, enquanto a forma clínica aparece em cerca de 2,6% dos animais.
Mastite afeta o úbere das vacas leiteiras

A perda de leite causada pela mastite subclínica varia conforme idade da vaca, estágio de lactação e tipo de bactéria envolvida. Em média, cada teto afetado deixa de produzir entre 0,18 e 0,88 litro por dia, podendo atingir quase metade do rebanho em algumas propriedades.
Para dimensionar o impacto econômico da doença, dados de uma fazenda típica de Uberlândia (MG) foram analisados. Com 22 vacas em lactação e produção diária de 400 litros, a propriedade apresenta um custo operacional do leite de R$ 2,28 por litro e receita de R$ 2,38, resultando em margem bruta de R$ 0,10 por litro.
Simulações considerando 30% a 60% de vacas com mastite subclínica mostram que a perda de produção diária poderia atingir 1,08 litro por teto afetado. Isso representaria um prejuízo mensal entre R$ 547 e R$ 1.016 para a fazenda, ou entre R$ 26 e R$ 128 por animal infectado, reduzindo a margem bruta da propriedade de 2% a 10%.

No caso da mastite clínica, o impacto é ainda maior, com descarte de leite por 4 a 6 dias e perdas que podem chegar a R$ 260 por caso, além de gastos adicionais com medicamentos que variam de R$ 80 a R$ 120.
Diante desse cenário, especialistas reforçam que a prevenção e o monitoramento constante do rebanho são essenciais. Protocolos de manejo eficientes não apenas reduzem perdas, mas também protegem a longevidade e a produtividade das vacas, mantendo a sustentabilidade econômica das propriedades leiteiras.