Cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que a rentabilidade do confinamento avançou 30,2% em um período de 105 dias, registrando recorde desde novembro de 2020.
Esse desempenho marca quatro meses consecutivos de crescimento, saindo de níveis negativos observados, sobretudo, na primeira metade do ano.
Rentabilidade do confinamento de bovinos no Brasil
Ainda segundo o Cepea, o cenário segue promissor para os próximos três meses, impulsionado pelas sucessivas altas nos preços dos contratos futuros do boi gordo.
A previsão aponta para uma rentabilidade máxima de 51,1% em novembro, o que, se confirmado, representará o maior nível da série histórica do Cepea, iniciada em 2018.
Já a partir de fevereiro de 2025, espera-se que a rentabilidade caia, por conta, principalmente, do aumento do custo de reposição de animais em setembro e outubro.
Altas seguem firmes e escalas são ainda menores
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos. No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro. No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.
O preço médio da arroba do boi gordo no estado de São Paulo – referência para o mercado brasileiro – foi cotada em R$ 347,55 nesta sexta-feira (22), variação de 9,09% no mês de novembro, é o que aponta os dados do Cepea.
Participação do confinamento na escala de abates
Segundo dados do Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a engorda de bovinos em confinamento tem assumido cada vez mais papel de protagonismo na pecuária brasileira, por seu melhor acabamento de carcaça e o benefício estratégico para a oferta de animais prontos para o abate no segundo semestre do ano.
De acordo com o Censo DSM-Firmenich, o volume de animais confinados teve grande relevância nos abates de bovinos no Brasil entre 2018 e 2023, oscilando ao longo dos anos, em função das flutuações de preços, como do milho e do boi magro.
O aumento do rebanho planejado nos confinamentos de 2021 para 2022 foi de 3,7%. De 2022 para 2023, por sua vez, o crescimento foi praticamente o mesmo, de 3,5%, sendo estimado em cerca de 7,2 milhões de cabeças.
A participação de bovinos confinados no abate nacional representou 24,4% em 2021, caindo para 23,9% em 2022 e se limitando a 21,3% em 2023.