Entre julho de 2010 e maio de 2025, o preço do quilo do suíno registrou alta de 237%, superando a inflação medida pelo IGP-DI, que avançou 176% no mesmo período.
Conforme a CEPEA, o desempenho indica que o produto se valorizou mais que a maioria dos itens da economia, embora essa valorização tenha ocorrido de forma cíclica, com picos em 2020 e 2024, e períodos de estabilidade entre 2021 e 2023.
Valor do suíno

Em 63% dos meses analisados, o valor do suíno ficou acima da inflação, mas essa valorização enfrenta desafios importantes. Os custos de produção da suinocultura independente também subiram, em alguns casos acima da própria valorização do suíno.
O milho, principal componente da ração, teve aumento de 237% desde 2010, apresentando, em alguns anos como 2016, 2018, 2022, 2024 e 2025, uma valorização ainda maior que a do suíno. Dados médios de granjas mostram que o milho responde por cerca de 45% do custo total de nutrição dos animais.
Além da alimentação, os custos operacionais das granjas (COE), monitorados pelo programa Campo Futuro (CNA/Senar), também apresentam alta expressiva. Entre junho de 2024 e abril de 2025, o COE subiu em média 3,5% ao mês, pressionado por combustíveis, energia e salários. Esse cenário indica que a suinocultura enfrenta uma inflação própria, muitas vezes mais intensa que a registrada na economia em geral.

A relação entre o preço do suíno e o do milho merece atenção especial do produtor. Historicamente, essa relação tende a se deteriorar nos primeiros semestres, quando a oferta de milho é menor, e melhora na sequência do ano, criando oportunidades de maior rentabilidade. Entretanto, uma melhora na relação de troca não significa necessariamente aumento no preço do suíno, que já se encontra historicamente valorizado.
A expectativa é de que, nos próximos meses, as cotações do suíno apresentem movimentos mais contidos, podendo até registrar pequenas quedas. O milho, por sua vez, deve se tornar mais barato até setembro, devido à segunda safra, mas pode voltar a se valorizar entre outubro e março, pressionando novamente os custos de produção e a relação de troca para 2026.
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