O governo federal apresentou nesta quarta-feira (13) um conjunto de ações para mitigar os impactos da tarifas dos EUA.
Batizada de MP Brasil Soberano, a medida provisória prevê R$ 30 bilhões em crédito para empresas prejudicadas, com prioridade para pequenos negócios e produtos perecíveis.
Ações para mitigar impactos das tarifas dos EUA

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o país sofre sanções “por ser mais democrático que o agressor”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o objetivo é proteger empregos e abrir novos mercados para os setores atingidos.
Entre as medidas, está o diferimento de tributos para companhias fortemente afetadas, mecanismo já usado durante a pandemia de Covid-19.
O pacote também inclui crédito tributário para exportadores, garantindo isenção parcial sobre vendas externas. Nesse caso, a alíquota máxima será de 3,1% para médias e grandes empresas e de 6% para micro e pequenas, o que deve gerar impacto de R$ 5 bilhões até 2026.
Entenda sobre o tarifaço

A nova tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros ameaça causar sérios impactos econômicos ao Brasil já nos próximos dois anos.
Segundo a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), mostra que até 146,6 mil postos de trabalho formais e informais podem ser eliminados no período, com destaque para os setores da siderurgia, produtos de madeira e pecuária.
O decreto que eleva para 50% as tarifas de produtos brasileiros, foi assinado no dia 30 de julho pelo presidente Donald Trump e começou a valer no dia 6 de agosto.
Com base na estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o impacto das novas tarifas pode levar à perde de até US$ 5,8 bilhões ao longo do ano.
Um dos setores mais atingidos deve ser o de carne bovina. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) calcula que o prejuízo pode chegar a US$ 1 bilhão.