Dados preliminares de uma análise feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com a Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE), aponta que a produção de caju apresenta queda de 21% em 2021.
Em 2020, a produção nacional de castanha de caju foi de 139.921 toneladas, contra 110.669 toneladas produzidas no ano passado. Os dados foram anunciados pela Embrapa nesta quinta-feira (20).
Conforme apontam os dados, os três principais estados produtores de castanha de caju representam 90% do total da produção de caju no Brasil, sendo eles o Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
A produção do principal produtor, o Ceará, caiu 16% em relação à temporada anterior, passando de 85,1 mil toneladas em 2020 para 60 mil toneladas no ano passado. Os rendimentos também caíram: de 316 kg de caju por hectare para 233 kg de caju por hectare.
No Piauí a situação também foi igual, houve queda na produção. O número caiu de 23.100 toneladas em 2020 para 19.000 toneladas em 2021. A produtividade também apresentou uma tendência de queda, caindo de 326 kg de caju por hectare para 263 kg de caju por hectare em um ano.
Já no Rio Grande do Norte, a produção foi de 16,6 mil toneladas, com produtividade de caju de 331 kg por hectare. Os dados mostram que a produção seguiu estável, apenas com uma leve redução em comparação com 2020.
Pragas pode explicar queda na produção de caju
De acordo com a supervisora de Estatísticas Agropecuárias do IBGE no Ceará, Regina Dias, vários fatores podem ter interferido na produção. “O rendimento diminuiu em virtude de ter havido menos chuvas e elas terem sido irregulares. Houve problemas fitossanitários, em parte do ano, fazendo com que os produtores preferissem comercializar a castanha-de-caju do que o caju”, analisa.
Outro ponto observado é o controle de pragas no cajueiro. As moscas brancas, por exemplo, são um problema sério para os pomares, causando danos as plantas, resultando em 100% de perda de produção. Além disso, também foram identificadas as pragas relacionadas como a lagarta “Saia Magra” e a cochonilha “Rosa”.
Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical e entomologista, Lindemberg Mesquita, é preciso fazer o controle de cada praga. “A identificação correta da praga e sua bioecologia, associada à época de ocorrência e à fase de desenvolvimento da planta, são informações indispensáveis à determinação do nível de controle e da consequente medida a ser adotada”, argumenta.