O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que o próximo trimestre terá grandes desafios para agropecuária brasileira, com a combinação de menor umidade do solo, chuva abaixo da média e temperaturas altas, em várias regiões produtoras do país.
No Boletim Agroclimatológico Mensal, divulgado em setembro, o instituto avalia que as condições climáticas para setembro, outubro e novembro serão desafiadoras para os produtores rurais, principalmente como o início da safra de grãos em boa parte do Brasil. A situação deve ser amenizada em novembro.
Previsão do tempo no Brasil
O Brasil passa por uma seca extrema, com temperaturas que superam os 37°C, umidade do ar em menos de 12%, especialmente no Centro-Oeste, região que produz o maior volume de grãos no país.
O período do vazio sanitário de soja – período em que é proibido manter plantas vivas no solo para proteger a agricultura de doenças – em Mato Grosso, Goiás e Bahia, que têm os municípios com maior produção da cultura no país, termina agora em setembro, mas o clima de deserto preocupa os agricultores de plantio em sequeiro.
A falta de chuva dentro da janela ideal de plantio pode atrasar a semeadura do grão, que no Centro-Oeste, região que mais produz vai até dezembro. Em 2023, muitos agricultores tiveram de fazer o replantio, por conta de um veranico com altas temperaturas, o que impactou os custos de produção.
Para os especialistas, não existe uma recomendação específica de quantidade chuva ideal para fazer o plantio de soja, porque vai depender da variedade, do solo e da região. Entretanto, há uma média de cerca de 80 milímetros acumulados que seriam um volume seguro para fazer a semeadura.
Região Norte
Na região Norte, a previsão climática indica chuvas abaixo da média nos próximos meses até novembro, mas podem acontecer chuvas pontuais na parte oeste da região, a partir de outubro e início de novembro. A temperatura média do ar deve prevalecer acima da média em toda a região, com baixa umidade do ar, o que favorece as queimadas.
A previsão indica baixos níveis de umidade no solo em grande parte da região nos meses de setembro e outubro. Para novembro, são previstos maiores níveis mais elevados de água no solo, exceto no nordeste da região amazônica, onde os níveis ainda permanecerão mais baixos.
Região Nordeste
No Nordeste, as chuvas também serão abaixo da média em grande parte da região, com o fim do período chuvoso. A temperatura do ar, deve ser acima da média. Nos próximos três meses, há redução de níveis de água no solo.
Região Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste está no período seco desde o mês de maio e a previsão é de chuvas abaixo da média no trimestre, com a tendência de queda da umidade relativa do ar nos próximos meses, podendo ficar abaixo de 30% e de 20%. Há possibilidade de retorno gradual da chuva a partir de outubro e início de novembro.
As temperaturas devem ser acima da média no período, com possibilidade de ondas de calor em algumas áreas, por conta de massas de ar seco e quente sobre a região, o que favorece as queimadas.
Os níveis de água no solo devem se reduzir nos próximos meses em praticamente toda a região, exceto no mês de novembro, onde o retorno das chuvas pode elevar esses níveis de água no solo.
Região Sudeste
A previsão para o trimestre também segue as outras regiões, com chuvas abaixo da média em grande parte do Sudeste, só no sudeste de São Paulo, há probabilidade de chuvas pouco acima da média com a passagem de frentes frias.
As temperaturas devem ficar acima da média. É esperada a redução do armazenamento hídrico do solo no período, exceto em novembro onde a tendência é de aumento na umidade do solo.
Região Sul
O cenário muda um pouco para a Região Sul, com condições favoráveis para chuvas acima da média em grande parte do território. A temperatura do ar deverá prevalecer acima da média principalmente no Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul.
Podem ocorrer entradas de massas de ar de origem polar, principalmente em setembro, que poderão abaixar as temperaturas em alguns dias, com possibilidades de geadas em regiões de maior altitude.
Para os próximos meses, é esperado níveis de umidade no solo elevados em grande parte da região, por conta das chuvas ocorridas nos últimos meses.