Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações de aves e suínos devem alcançar recorde em 2021. As informações são do boletim AgroConab e foram divulgadas nesta sexta-feira (26/11).
A exportação de carne de frango pode chegar a 4,46 milhões de toneladas. Mesmo que os embarques batam recorde, a oferta interna do produto aumentará em cerca de 3%, passando de 10,6 milhões de toneladas para 10,9 milhões de toneladas. De janeiro a outubro deste ano, o Brasil exportou cerca de 3,75 milhões de toneladas de carne de frango.
A maior cotação dos produtos no mercado foi acompanhada por um aumento de 4,5% na produção, atingindo 15,3 milhões de toneladas, em relação a 2020. Portanto, a quantidade de frango à disposição dos brasileiros naquele ano também foi a maior da série histórica, com uma média de mais de 50 quilos per capita.
Em relação a carne de porco, a situação também é semelhante. Estima-se que o rebanho esteja próximo a 42 milhões de cabeças, e a produção e o volume de exportação tendem a atingir os maiores níveis já registrados, em torno de 4,45 milhões de toneladas e 1,24 milhão de toneladas, respectivamente. O aumento na produção de carnes reflete o aumento da oferta dessa carne no mercado, o que garante o abastecimento interno e mantém uma quantidade de produto per capita estável, que se aproxima da casa dos 15 quilos por pessoa.
Para o gado, a estimativa da Conab é um aumento no rebanho, por causa da reserva para o abate. Mesmo assim, a produção de carne bovina deve cair neste ano, chegando a 8,1 milhões de toneladas. Por outro lado, o volume exportado tem leve tendência de queda em relação a 2020, podendo chegar a 2,65 milhões de toneladas. A expectativa do mercado interno para a cotação desse produto também foi reduzida, que deve ficar em 5,5 milhões de toneladas.
Custo de produção e produtos
Um dos fatores que explicam a baixa produção de carne bovina do país são as restrições de demanda. Os altos custos de produção afetarão os preços ao consumidor. A suspensão das exportações para a China provocou forte queda dos preços pagos aos produtores em setembro e atingiu o valor mínimo no final de outubro. No entanto, o mercado começa a sentir esse impacto nos preços ao consumidor final em menor proporção. Com a retomada das negociações com a China, os preços tendem a voltar aos patamares anteriores, encontrando um equilíbrio entre o aumento dos custos de produção, a desaceleração da demanda e a recomposição da oferta de animais para abate.
Por outro lado, os preços recebidos pelos produtores de frango continuam apresentando tendência de alta. Embora o preço do milho tenha caído em setembro, os principais fatores para esse aumento são o aumento da demanda pelo produto e o aumento do custo dos insumos (milho e farelo de soja). Dados da Embrapa mostram que o custo da pecuária quase dobrou entre julho de 2018 e julho de 2021. Durante o mesmo período, a participação dos alimentos nos custos do produtor aumentou de 68% para 76%.
Os produtores de carne suína também são afetados pelos altos preços do milho. Embora as safras de cereais da segunda temporada entrem no mercado, o valor comercial desse insumo continua reduzindo os custos de produção. Na direção oposta, o mercado continua exercendo pressão baixista sobre o preço desse tipo de carne, de forma que o preço fica relativamente estável e não há espaço para aumento substancial.
*Com informações da Conab