Mesmo diante dos desafios climáticos, a área plantada de soja, algodão, arroz e feijão deve crescer na nova safra 2024/2025. Par ao milho é estimada a manutenção do cultivo da última temporada.
A produção de grãos no ciclo 2024/2025, que começa a ser cultivado agora em setembro, tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, um novo recorde. Os dados são da 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB).
Área plantada de grãos safra 2024/2025
Soja
Principal cultura agrícola brasileira, a produção de soja deve registrar cenário positivo nesta safra. Mesmo com a pressão de baixa nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, o grão continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez.
A demanda global segue crescendo, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto em outros países, o que alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no beneficiamento interno.
Isso influencia na projeção de aumento da área plantada, que pode chegar a 47,4 milhões de hectares, com uma produtividade que tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores do país.
A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras leva a uma estimativa de colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.
Algodão
Há estimativa de aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a 2 milhões de hectares, alta de 3,2% em relação à safra anterior. Na região do Matopiba (áreas entre o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), é onde se espera o maior crescimento proporcional.
Os produtores têm investido na fibra, pois o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, além da grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional.
Esses fatores influenciam na expectativa de produção de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma na temporada 2024/2025.
Arroz
A área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 deve crescer com intensidade. Os preços e a rentabilidade da cultura estão em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta de 11,1% na área plantada para o grão.
A produção deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018.
No ciclo 2024/2025, a perspectiva de maior oferta interna do grão, com uma demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2 milhões de toneladas.
Feijão
Dupla com o arroz no prato diário dos brasileiros, o feijão também deve apresentar aumento na área de 1,2% no ciclo 2024/2025 em relação a 2023/2024.
A produtividade das lavouras podem ter ligeira queda, por isso a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. A produção segue ajustada à demanda e deverá continuar trazendo boa rentabilidade ao produtor.
Milho
Já o milho, deve manter a área a ser cultivada. Mesmo assim, a produtividade deve deve contribuir para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas.
Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024.
No mercado interno, a demanda pelo grão deve se manter aquecida, com o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal que é sustentada pelo consumo por milho, para composição de ração animal.
Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.