A bananicultura mantém posição de destaque na fruticultura brasileira, com ampla presença em todo o território nacional e forte impacto econômico e social.
Dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE) indicam que a produção atingiu 6,99 milhões de toneladas em 2024 e 7,23 milhões em 2025, consolidando a banana entre as principais frutas cultivadas no país.
Bananicultura e a fruticultura brasileira

O valor bruto da produção superou R$ 16 bilhões em 2024, com destaque para Minas Gerais e São Paulo, que registraram R$ 2,5 bilhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente. Com mais de 473 mil hectares plantados, a cultura é responsável pela geração de milhares de empregos e pela renda de inúmeras famílias.
A robustez produtiva garante o abastecimento pleno do mercado interno, tornando o Brasil autossuficiente no consumo de banana. Esse cenário desperta atenção de exportadores internacionais, especialmente do Equador, maior exportador mundial da fruta, que vê no país um mercado de grande potencial.
O produto equatoriano é reconhecido pelo alto padrão de qualidade, rastreabilidade e certificações internacionais, o que o posiciona como referência premium no comércio global.
Apesar disso, as importações brasileiras seguem suspensas por motivos fitossanitários. O tema, no entanto, vem sendo discutido entre os dois governos, com avaliações sobre os possíveis impactos econômicos e sanitários da reabertura do mercado.
Segundo o setor equatoriano, o período de janeiro a junho seria o mais favorável para envio ao Brasil, justamente quando há maior oferta interna e queda nos preços pagos aos produtores nacionais.

Entre 2022 e 2025, os preços da banana nanica oscilaram entre R$ 1,35 e R$ 2,43 por quilo, de acordo com o Projeto Campo Futuro (CNA/Senar), refletindo a forte sazonalidade da produção. Em setembro de 2025, o preço médio chegou a R$ 2,64/kg, mas com grandes variações regionais. O custo de produção também é elevado em algumas localidades, como Miracatu (SP), Jaíba (MG) e Corupá (SC), onde o Custo Operacional Total se aproxima ou ultrapassa o valor recebido pelos produtores em períodos de safra cheia.
Enquanto isso, o preço mínimo de exportação no Equador é de US$ 9,75 FOB por caixa de 43 libras, com preço CIF estimado em R$ 3,13/kg, valor acima da média nacional de R$ 1,95/kg.
Caso as importações sejam retomadas, o produto equatoriano deve disputar nichos de mercado de maior valor agregado, como supermercados premium e indústrias que demandam frutas com maior padronização e qualidade, segmento no qual produtores brasileiros também vêm investindo de forma crescente.







