O uso de bioinsumos em culturas como arroz, milho, trigo, cana-de-açúcar e pastagens pode gerar economia de até US$ 5,1 bilhões de dólares para o Brasil. É o que aponta um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) e o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras.
O trabalho “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas: uma análise sobre os aspectos de inovação do setor”, foi lançado com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) nesta terça-feira (24), em Brasília (DF).
Uso de bioinsumos gera economia
Além de ser uma tecnologia mais barata, há ainda a possibilidade de redução de até 18,5 milhões de toneladas de emissões de CO₂ equivalente na produção dessas principais culturas de gramíneas.
A pesquisa é o passo inicial do Projeto Nitro+, que pretende elaborar uma estratégia para a ampliação do uso de tecnologias de inoculantes em gramíneas, da forma que aconteceu com as leguminosas como a soja, o que deve deve reduzir a dependência brasileira de fertilizantes importados.
Segundo o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, a formulação e entrega desse estudo estratégico, visa alavancar a produção, tornando o setor agropecuário brasileiro cada vez mais resiliente, sustentável e competitivo internacionalmente.
Mercado de bioinsumos cresceu 15% na safra 2023/2024
O mercado brasileiro de bioinsumos, que inclui produtos de controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores, cresceu 15% na safra 2023/2024, com relação à safra anterior, segundo dados da CropLife Brasil.
Os produtos biológicos para a agricultura registraram vendas de R$ 5 bilhões, considerando o preço final para o produtor. Nos últimos três anos, o mercado de bioinsumos agrícolas cresceu a uma taxa média anual de 21%, quatro vezes acima da média global.
A área tratada no Brasil por produtos químicos ou biológicos cresceu 15% em relação à safra 2021/2022. Nesta mesma área, a adoção de bioinsumos agrícolas cresceu acima dos 35%, com participação total na safra 2022/2023 de 12%.
Do total de uso de bioinsumos utilizados nas lavouras brasileiras, 55% são destinados para soja, 27% para milho, 12% para cana-de-açúcar e 6% para algodão, café, citrus e hortifruti (HF).