Aceita um cafezinho? Em qualquer parada na estrada, durante e após as refeições, há qualquer hora é uma boa pedida. Presente todos os dias na vida da população, os brasileiros ocupam a segunda posição como maiores consumidores de café do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
O Dia Internacional do Café, celebrado em 1º de outubro, ressalta a importância do grão. O Brasil lidera o ranking mundial de produção e exportação de café, sendo o segundo maior em consumo da bebida. As lavouras formam a 4ª principal cultura agrícola do país, com as espécies arábica e conilon.
Produção brasileira de café
A data foi criada pela Organização Internacional do Café (OIC) e, neste ano, o tema central é “Café: seu ritual diário, nossa jornada compartilhada”, promovendo o setor de maneira sustentável e justa, apoiando os cafeicultores para um mercado equilibrado e na satisfação dos consumidores.
Segundo a Coordenação Geral do Café (CGCAF) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) os principais tipos de grão cultivados no Brasil são o café arábica e o conilon, também conhecido como robusta.
O café arábica ocupa 70% da produção nacional, com os estados Minas Gerais, São Paulo e Paraná como maiores produtores; e a espécie conilon ou robusta, é plantado em 30% das lavouras, destacando-se os estados do Espírito Santo e Rondônia.
O arábica (Coffea arabica) é cultivado em regiões de maior altitude e clima mais ameno, sendo apreciado pelo sabor suave, aromático e complexo, com menor teor de cafeína.
Já o conilon é uma variedade da espécie (Coffea canephora), assim como o robusta, sendo produzido especialmente no estado de Rondônia. Ambos apresentam características semelhantes, como maior resistência a pragas e condições climáticas adversas. Têm um sabor mais intenso e uma maior concentração de cafeína, sendo amplamente utilizados em blends e na produção de café solúvel.
Safra 2024
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 3º levantamento da cultura divulgado em setembro, a safra de 2024 de café foi estimada em 54,79 milhões de sacas beneficiadas, redução de 0,5% com relação à produção obtida em 2023.
Condições climáticas adversas, como: estiagens, chuvas esparsas e mal distribuídas, juntamente com altas temperaturas durante o desenvolvimento dos frutos, reduziram as produtividades em um ano de alta bienalidade, que deve registrar uma média nacional de 28,8 sacas/hectare, 1,9% abaixo da obtida na safra de 2023.
A área total destinada à cafeicultura no país em 2024, para o arábica e conilon, alcançou 2,25 milhões de hectares, sendo 1,9 milhão de hectares em produção, com crescimento de 1,4% em relação ao ano anterior, e 345,16 mil hectares em formação, com redução de 4,5%.
Exportações brasileiras de café
O Brasil também lidera as exportações mundiais de café. Segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa (SCRI), de janeiro a agosto deste ano, o Brasil exportou US$ 7,17 bilhões em café, um valor 45% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Ao todo, foram comercializadas 1,82 milhões de toneladas, alta de 43% em relação às 1,27 milhões de toneladas embarcadas no ano anterior.
O país exporta café para 152 países, sendo os principais importadores os Estados Unidos (US$ 1,16 bilhão), Alemanha (US$ 1,01 bilhão), Bélgica (US$ 671 milhões) e Itália (US$ 589 milhões).
O café verde é o principal produto exportado, representando cerca de 85% do total, seguido pelo café solúvel, que teve um aumento de 3% no montante exportado em relação ao mesmo período de 2023. O café torrado também se consolidou como uma categoria em crescimento nas exportações.
Consumo
O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água, inclusive pelos brasileiros. No país, o consumo por habitante são cerca de 3 a 4 xícaras diárias ou uma média de 6,40 kg do tipo cru e 5,12 kg dos tipos torrado e moído por ano.