A técnica de cultura de tecidos tem demonstrado grande potencial para ampliar e melhorar a produção de curauá na Amazônia, uma bromélia amazônica com vasto potencial de uso industrial devido à sua resistência e características que permitem substituir parcialmente a fibra de vidro.
Entre suas aplicações estão a fabricação de carenagens de celular, compósitos poliméricos e solventes para óleo diesel, entre outras. Essa técnica, que permite a multiplicação segura, higiênica e uniforme das mudas, pode contribuir para atender à crescente demanda por fibras naturais nos setores produtivos e industriais do Brasil.
Curauá na Amazônia
O sucesso dessa pesquisa é resultado das ações da Embrapa Amazônia Ocidental (AM), que, em parceria com o governo do Amazonas, tem trabalhado para viabilizar o cultivo dessa planta e sua adoção nas indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Nos experimentos, mudas de curauá branco e curauá roxo foram cultivadas em cultura de tecidos pelo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e posteriormente plantadas no campo da Embrapa.
De acordo com a Embrapa, o objetivo é coletar dados agronômicos para gerar conhecimento a ser compartilhado com os agricultores locais. Os resultados também indicam que a técnica de cultura de tecidos oferece vantagens, pois facilita a ampliação e otimização da produção de mudas após o primeiro plantio, tornando o cultivo mais eficiente.
Portanto, o cultivo do curauá no Amazonas ainda é pouco difundido, com poucos estudos sobre a cultura no estado, especialmente no que diz respeito à adubação e nutrição mineral. Embora o município de Santarém seja o principal produtor de curauá, com a maioria dos cultivos sendo realizados por pequenos agricultores, ainda há uma escassez de dados agronômicos sobre a espécie. Por isso, é crucial validar agronomicamente o cultivo do curauá no Amazonas e aprimorar os processos de produção.
Vantagens do Curauá
O curauá, uma das espécies de plantas produtoras de fibras naturais, destaca-se por seu potencial tecnológico. Nativo da floresta amazônica, suas fibras podem ser utilizadas para diversos fins industriais e comerciais.
A planta possui uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrada nos estados do Pará, Acre, Mato Grosso, Goiás e Amazonas e o clima tropical úmido ainda favorece o cultivo do curauá, especialmente no Amazonas, que, além disso, possui uma variedade de recursos naturais, como temperatura, umidade e condições favoráveis para uma produção sustentável de fibras naturais.
A validação agronômica das espécies nativas oferece aos produtores, instituições de pesquisa, universidades e órgãos governamentais acesso a dados técnicos sobre a cultura, promovendo também uma base sólida de informações sobre seu potencial agrícola.
Apesar da crescente demanda por fibras naturais nos setores produtivos e industriais, a oferta de plantios comerciais para suprir essas necessidades ainda é limitada. A principal barreira para o aumento da produção de curauá no Amazonas é a escassez de dados agronômicos específicos sobre a espécie.