A expansão do Cinturão Citrícola Brasileiro enfrenta desafios climáticos e fitossanitários significativos, impulsionados pela disseminação do Huanglongbing (HLB), a principal doença que afeta os pomares de citros.
Com a migração dos cultivos para novas áreas, como Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, além dos estados tradicionais de São Paulo e Minas Gerais, surgem novas questões relacionadas ao clima e à incidência de pragas e doenças.
Para garantir a sustentabilidade e a viabilidade econômica da citricultura nessas regiões, é essencial compreender os riscos climáticos locais e implementar estratégias de manejo integradas, utilizando o conhecimento científico e as tecnologias mais avançadas.
Cinturão Citrícola Brasileiro

Cientistas da Embrapa e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estão intensificando os estudos sobre os riscos climáticos e fitossanitários para apoiar os citricultores na migração para novas áreas produtoras no país.
Segundo Francisco Laranjeira, chefe-geral da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), essa mudança de região é uma realidade.
“Vamos seguir nessa linha, não só trabalhando com a questão no Cinturão Citrícola Expandido, mas procurando avaliar todo o País. É um compromisso com a cadeia produtiva”, destacou.
A Embrapa e o Fundecitrus têm realizado pesquisas como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que aponta os riscos climáticos de diferentes regiões do Brasil, além de fornecer alertas fitossanitários e orientações sobre práticas de manejo. Esses estudos visam ajudar os citricultores a decidir sobre a relocação de suas plantações, de forma a preservar os pomares e garantir a viabilidade financeira a longo prazo.

O Zarc avalia o risco de perdas na produção em até 40% em todas as etapas do ciclo da fruta, desde a floração até a colheita. Mauricio Coelho, pesquisador da Embrapa e coordenador do Zarc Citros, explica que, com os dados de risco climático a nível municipal, foi possível identificar áreas limítrofes ao Cinturão Citrícola e entender as condições de risco e o potencial de crescimento dessas regiões.
Coelho ressalta que a expansão da citricultura pode levar a regiões com riscos climáticos elevados, como tem ocorrido em partes do Triângulo Mineiro e do Alto Parnaíba, onde o déficit hídrico e as altas temperaturas durante a floração podem afetar a produção.
Além dos estudos climáticos, há também o desenvolvimento de um zoneamento focado no psilídeo, inseto transmissor da bactéria causadora do HLB, e na podridão floral, outra doença importante. E
O projeto também leva em consideração variáveis climáticas e as características das doenças, buscando gerar modelos que ajudem a prever os riscos de ocorrência de psilídeos e podridão floral nas novas regiões.