A parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a empresa público-privada Promip trouxe grandes avanços para o agronegócio nacional. Isto porque através desta parceria foi possível desenvolver um inseticida eficaz no controle à lagarta-do-cartucho, cientificamente conhecida como Spodoptera frugiperda), praga que atinge as plantações de milho, soja, frutas, hortaliças e cereais.
O grande diferencial do novo inseticida são suas vantagens em relação à preservação do meio ambiente, pois se trata de um produto seguro, inofensivo à saúde humana e ao ambiente, além de ser aprovado para o uso em produções orgânica, não causando desequilíbrio ambiental ao preservar insetos predadores da praga.
Em relação à composição do produto, o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (MG) Fernando Hercos Valicente, esclarece que devido ao uso do vírus entomopatogênico Baculovirus spodoptera multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV), o inseticida possui alto índice de assertividade.
Ação do bioinseticida no controle à lagarta-do-cartucho
“A alta eficiência que esse baculovírus apresenta no controle da lagarta-do-cartucho é alcançada quando o produto é posicionado corretamente em relação ao aparecimento dessa praga. Por isso, o produto deve ser aplicado preferencialmente nas horas mais frescas do dia, como no início da manhã ou após as 16h. E o agricultor precisa sempre fazer uso de um espalhante adesivo, para ter uma aplicação uniforme e atingir o alvo”, orienta o desenvolvedor do BaculoMip.
Outro ponto inovador do bioinseticida é a forma com que o produto combate a lagarta-do-cartucho, sendo diferente dos outros defensivos químicos, já usados pelo produtor rural. “O baculovírus age após a lagarta ingeri-lo, quando é pulverizado sobre as folhas. O inseto tem de raspar a planta para se tornar infectado, e, quando isso ocorre, a lagarta reduz sua alimentação em até 93%”. O cientista explica também que em até 48 horas após a ingestão do produto, a lagarta começa a diminuir a sua alimentação, levando até cinco dias para morrer. Valicente ressalta que isso acontece porque o vírus presente na composição do BaculoMip causa o rompimento do tegumento da lagarta, resultando na liberação de novas partículas virais na lavoura. Através deste processo inicia-se um ciclo de combate à Spodoptera frugiperda, devido à reinfecção entre as lagartas.
De acordo com Marcelo Poletti, CEO da Promip, “trata-se de uma evolução no controle da lagarta-do-cartucho”, já que o produto não afeta insetos predadores da praga e que auxiliam no controle da mesma. Vale lembrar que, por se tratar de uma formulação natural, o bioinseticida não deixa resíduos, desta forma sendo inofensivo ao meio ambiente, à saúde humana e diminuindo o uso de defensivos químicos.
*Com informações do Canal Rural