O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou nesta segunda-feira (14), que cinco países integrantes da União Econômica Eurasiática (UEEA) – Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão – passarão a comprar erva-mate de forma simplificada para consumo de chimarrão, tererê e chá.
Ao todo, segundo dados divulgados pela pasta, 13 novos mercados foram abertos para exportações de erva-mate em 2024: Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão, Quirguistão, Japão, Peru, Reino Unido, México, Angola, Coreia do Sul, Canadá e Indonésia.
Exportações de erva-mate
A abertura dos novos mercados para exportação incrementa a presença desse produto no mercado internacional e consolida o Brasil como importante fornecedor global da considerada “commodity”.
Em outubro, o Japão informou abriu o mercado para folha seca de erva-mate; em setembro foi a vez do Peru, Reino Unido, México, Angola, Coreia do Sul, Canadá autorizarem a importação de erva-mate processada. Em agosto, a Indonésia autorizou a compra da planta.
Na Europa, o consumo de erva-mate se expandiu, em parte devido a jogadores de futebol argentinos e uruguaios que levaram o hábito para lá. Nos Estados Unidos e Canadá se espalhou e é vendida em casas de chá, cafeterias, restaurantes e mercados. Países da Ásia já possuem o hábito de consumir, outros no Oriente Médio começaram recentemente.
Produção brasileira de erva-mate
O Brasil é o maior produtor com cultivo da erva-mate na América do Sul. Também conhecida como Ouro Verde, é o principal produto não madeireiro do agronegócio florestal na região Sul do Brasil.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a erva-mate é explorada em cerca de 486 municípios dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, em cerca de 180 mil propriedades rurais, principalmente em associação com sistemas agroflorestais.
O país produziu quase 737 mil toneladas de erva-mate em 2023, com uma área de 82,1 mil hectares e uma produtividade de 8.976 kg/hectare, sendo o maior produtor o estado do Paraná, de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2024, o clima favorável com boas chuvas ajudou no desenvolvimento das lavouras, melhorando a qualidade da produção. Como é uma cultura perene, a colheita acontece durante todo o ano, por meio da poda, que é realizada recolhendo as folhas e ramos finos.
Erva-Mate
A erva-mate (Ilex paraguariensis) – também conhecida como mate ou congonha – é originária da região subtropical da América do Sul, que inclui o Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina.
É uma árvore nativa da Floresta com Araucária, mas também é cultivada na agricultura em ervais, que podem ser manejados de forma tradicional pelos agricultores familiares.
A erva-mate é sensível ao sol, por isso é necessário sombrear as plântulas – pequena planta no desenvolvimento inicial do embrião – até que a planta atinja alguma maturidade.
Consumo
Os primeiros povos de que se tem conhecimento de terem feito uso da erva-mate são os índios que habitavam a região Sul do País. Os indígenas tomavam a bebida no Tacuapi (bomba antiga criada pelos índios com taquara).
O hábito de tomar chimarrão foi passado dos índios guarani, quíchua, caingangue e aimará para os colonizadores, que apaixonaram pela bebida que então, se popularizou como tradição da cultura sul-brasileira, consumida de diversas formas: chimarrão, tererê e chá, principalmente por suas propriedades, como teor de cafeína, teobromina e saponina.
- Chimarrão: é feito com água quente, erva-mate moída e pode ser misturado com outras ervas e chás.
- Tererê: é feito com água gelada, erva-mate triturada e pode ser misturado com sucos.
- Chá: pode ser feito com diversos ingredientes, como capim-limão, hortelã, melissa, camomila e calêndula.